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Com a Bíblia nas mãos: foi assim que este policial evitou um suicídio

PARAGUAY

Gentileza

Rodrigo Houdin - publicado em 18/08/20

“Senti que Deus estava comigo”: é assim que o sargento Juan Osorio relembra a experiência em que – com a ajuda de sua Bíblia – conseguiu impedir que uma jovem se suicidasse

Hernandarias é um distrito do Alto Paraná (Paraguai), sede da Usina Hidrelétrica Itaipu, de propriedade do Paraguai e Brasil.

Existe uma ponte chamada Costa Cavalcanti, onde ocorreram vários suicídios nos últimos anos.

Segundo dados da Diretoria de Saúde Mental do Ministério da Saúde do Paraguai, neste país há uma média de 400 suicídios por ano.

Em 9 de agosto, o sargento Juan Carlos Osorio, do Grupo de Operações Especiais (GOE) – unidade de elite da Polícia paraguaia – realizou uma missão heróica ao impedir que uma mulher se suicidasse. O policial levava a Bíblia como sua principal aliada.

O policial conversou com a Aleteia e nos contou aquela experiência que mudou sua maneira de ver a vida.

Osorio tem 33 anos. Ela nunca sai de casa sem levar a Bíblia. “Todos os dias eu leio a Bíblia e gosto muito de falar sobre Deus com meus amigos. Embora a Polícia nos prepare para agir com frieza, sou uma pessoa de coração mole”, disse.

O policial lembrou que um amigo que estava passando pela área o chamou e disse que uma pessoa estava prestes a pular da ponte. “Ele me disse que talvez eu pudesse ajudar. Acho que ele fez isso porque sou muito falador”, disse ele.

“Quando cheguei à ponte, a primeira coisa em que pensei foi na minha Bíblia. Peguei e naquele momento senti uma paz única. Não fui eu, estou convencido de que Deus estava comigo. A mulher estava muito desesperada e minhas mãos suavam”, lembrou.

Embora ele não se lembre exatamente do versículo, o homem disse que quando abriu sua Bíblia foi apresentado a um capítulo do Evangelho de João. Ele explicou que, ao ler a palavra, pediu a Deus que o ajudasse a salvar a mulher.

“Ao ler a Bíblia, pensando em como poderia evitar que ela se jogasse, fui me aproximando. Ela começou a chorar desesperadamente. Então, eu disse a ela que estava trazendo uma mensagem de Deus, que Ele estava com ela, que Ele a entendia e a ajudaria a superar os problemas”, disse.

Por fim, o policial conseguiu abraçar a mulher e afastá-la da beira da ponte. “Eu disse a ela que Deus a estava salvando e que ela tinha uma nova oportunidade de ser feliz. Ela não parava de chorar, mas logo depois se acalmou “, explicou.

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Uma experiência que mudou sua vida

Osorio garantiu que, desde então, vê a vida de uma forma diferente. “Eu sei que Deus me usou para fazer o milagre. Agora dou outro valor a tudo, e à minha família”.

O policial paraguaio disse que tem filhos e mora com a companheira. Ele garantiu que seu próximo objetivo é se casar para sentir-se plenamente com Deus.

“Sempre que estou numa emergência, falo com Deus como amigo. Eu peço a Ele para vir e segurar a minha mão”, disse.

Osorio comentou que, depois da ocorrência, não teve mais notícias da mulher que salvou, mas soube que ela foi atendida por funcionários de uma delegacia local.

Chaves para ajudar uma pessoa com comportamento suicida

Para o chefe do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade Nacional de Assunção (FACEM-UNA), Jorge Torales, o suicídio é o desfecho final de quem vive uma situação de saúde mental extrema.

“90% das pessoas que cometem suicídio têm uma doença subjacente. Não está relacionado a uma única patologia mental. Costuma-se dizer que está ligado à depressão, mas o suicídio é uma ente por si só, que pode ser a complicação de qualquer patologia mental”, explica.

O psiquiatra afirma que existem sinais de alerta que podem nos ajudar a detectar se uma pessoa tem pensamentos suicidas.

“A pessoa com comportamento suicida se sente desesperançada, com pouca energia, isolada socialmente, não se preocupa com as coisas que gosta de fazer. Além disso, fica irritadiça, não se preocupa com o trabalho, nem com os seus afetos, e está claramente deprimida”, destaca.

Para o médico, é preciso quebrar o mito de que, se você perguntar a alguém se ele quer tirar a própria vida, tal ideia fica instalada na cabeça da pessoa. “A ideia já existe, e eles precisam se abrir para pedir ajuda. É preciso insistir para que procurem um profissional”, acrescenta.

“O que se deve fazer é perguntar à pessoa, sem medo, como ela se sente e dizer-lhe que compreende como ela se sente, perguntar o que pode ser feito para ajudá-la e acompanhá-la. Muitas vezes quem pensa em tirar a própria vida precisa ser ouvido, precisa de alguém que se preocupe”, afirma Torales.




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