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Deputado mexicano quer listar religião como “atividade potencialmente perigosa”

EDGAR GASCA

Twitter | @edgar_gasca

Reportagem local - Jaime Septién - publicado em 21/08/20

O projeto de lei estadual inclui a religião entre os "vícios de conduta"

Um projeto de lei proposto em maio foi reapresentado em agosto pelo deputado estadual suplente Edgar Humberto Gasca, do Estado mexicano de Quintana Roo, mundialmente conhecido por paraísos turísticos como a Riviera Maia, Cancún, Playa del Carmen e Tulum.

O projeto pede que a religião seja considerada “atividade potencialmente viciante e perigosa para a sociedade”.

Gasca pertence hoje ao partido de esquerda que governa o México, o Movimento Nacional de Regeneração (Morena). Até 2016 ele era membro do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que se manteve no poder no país durante nada menos que 7 décadas consecutivas, de 1929 até 2000. Em 1990, o escritor peruano Mario Vargas Llosa alcunhou o governo mexicano, sob o PRI, de “ditadura perfeita”.

O projeto apresentado por Gasca pretende reformar a Lei de Prevenção e Tratamento de Dependências em Quintana Roo, abordando “vícios de conduta” e “vícios de ingestão”. Entre os “vícios de ingestão”, enumeram-se os químicos, o álcool, a nicotina, a maconha, os sedativos hipnóticos, a anfetamina, o ecstasy, a heroína, o ópio e a comida, propondo inclusive punir a anorexia. No conjunto dos “vícios de conduta”, ele coloca no mesmo nível os vícios em jogo, sexo, relacionamentos, religião, trabalho, internet e co-dependência.

Para o deputado, a religião pode levar a “uma doença psicoemocional ou transtorno debilitante”, sendo um vício “dos mais perigosos para a sociedade e para as famílias mexicanas”.

A proposta de Gasca obrigaria as autoridades de Quintana Roo a promoverem ações contra “toda atividade, conduta ou relação que prejudique a saúde do indivíduo” e a “informar a sociedade sobre danos biopsicossociais irreparáveis ​​em decorrência delas”.

A amplitude e generalidade do projeto abre perigosas brechas para que o governo monitore e imponha restrições a quem for considerado “viciado” em atividades tão díspares quanto consumir heroína ou maconha, navegar muitas horas por dia na internet ou frequentar muito a igreja.


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