Maira Shahbaz, 14 anos, foi raptada a mão armada em abril por um muçulmano que a forçou a se converter ao islã e a se casar com eleA adolescente cristã paquistanesa Maira Shahbaz chorou ao receber a sentença de que o seu casamento forçado será mantido, assim como a sua “conversão” forçada ao islamismo.
A família da menina denunciou que ela foi sequestrada a mão armada, em abril, pelo muçulmano Mohamad Nakash, que a forçou a se casar com ele. Em julho, um imã local emitiu um decreto invalidando o casamento e Maira foi autorizada a ficar num abrigo para mulheres enquanto o caso fosse analisado pela justiça.
Mohamad Nakash, porém, mostrou às autoridades uma “certidão de casamento” forjada, que, além de ter sido firmada 6 meses antes do sequestro, ainda “atestava” que a jovem tinha 19 anos e não 14. A família de Maira, porém, apresentou a certidão de nascimento da adolescente, provando a sua verdadeira idade. Mesmo assim, o juiz sentenciou a favor de… Mohamad Nakash.
Leis islâmicas
O Paquistão, país de maioria muçulmana, se tornou tragicamente conhecido mundo afora pela aberração da sua assim chamada “legislação antiblasfêmia”: qualquer um que for acusado de “blasfemar” contra Maomé, o alcorão ou o islã em geral, mesmo sem provas por parte dos acusadores, pode ser condenado à prisão ou, em não poucos casos, à pena de morte. O caso mais emblemático internacionalmente foi o da mãe de família Asia Bibi, cuja trajetória você pode conhecer acessando o artigo sugerido ao final desta matéria.
A situação absurda imposta à jovem Maira está longe de ser incomum no país. A também adolescente Huma Younus, de 15 anos, foi sequestrada no ano passado e obrigada a “se converter” ao islamismo e a se casar com um dos raptores. Após inúmeras agressões sexuais, ela agora está grávida e confinada num quarto, de acordo com informações repassadas pelo advogado da família, Tabassum Yousaf, à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN). Segundo Yousaf, Huma conversou recentemente com os pais por telefone e lhes informou da gravidez.
Em fevereiro, um tribunal superior do Paquistão determinou, com base na lei islâmica, que os homens do país podem casar-se com meninas menores de idade, desde que elas já tenham tido o primeiro ciclo menstrual.
Enquanto a fundação Ajuda à Igreja que Sofre e outras instituições cristãs denunciam a situação paquistanesa, não se sabe ao certo o que é que está sendo feito por entidades como a ONU.
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