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Líbano: cristãos resistem aos especuladores

WYBUCH W BEJRUCIE

STR/AFP/East News

Fundação AIS - publicado em 23/08/20

“As pessoas querem ficar. Várias pessoas idosas, e também mais jovens, estão alojadas nas suas casas, mesmo nas que estão danificadas"
Os cristãos em Beirute responderam com oposição aos relatos de que grupos que procuram lucrar com a explosão da semana passada estão a tentar persuadi-los a vender tudo e a partir.
Alegadamente há 300.000 famílias que foram deslocadas pela explosão de 4 de Agosto. Mons. Toufic Bou-Hadir descreveu como as pessoas, incluindo os idosos, estão a optar por manter as suas casas danificadas em vez de aceitar ofertas para vender as suas propriedades.
Sublinhando que os distritos cristãos de Beirute sofreram o impacto da explosão, Mons. Toufic afirmou que nos últimos dias os líderes da Igreja trabalharam com os políticos para frustrar os especuladores de propriedades ao aprovar leis que impedem os fiéis de vender as suas casas.
Entretanto, quase 300 jovens encheram a catedral maronita danificada de Beirute para uma vigília nocturna, onde ouviram o Arcebispo Paul Abdel Sater pedir-lhes que não perdessem a fé no seu futuro na cidade, apesar da explosão do dia 4 de Agosto.
Numa entrevista à Fundação AIS, que está a prestar ajuda de emergência às vítimas da explosão, Mons. Bou-Hadir disse: “Há pessoas a aproveitar-se desta catástrofe e a comprar terras e casas aos cristãos.”
E continuou: “As pessoas querem ficar. Várias pessoas idosas, e também mais jovens, estão alojadas nas suas casas, mesmo nas que estão danificadas. Com todo o respeito pelas pessoas que têm outras crenças religiosas, não podemos vender casas cristãs a outras pessoas. Não queremos mudar a demografia. A terra não tem apenas valor material. É a nossa dignidade; é onde se encontram as nossas raízes.”
Mons. Bou-Hadir, director da Comissão Patriarcal Maronita para a Juventude, elogiou os jovens, que, segundo ele, têm trabalhado arduamente como voluntários para limpar as ruas dos escombros provocados pela explosão e fornecer mantimentos de emergência às famílias.
Poucas horas depois do desastre, a Fundação AIS concordou em enviar ajuda de emergência para fornecer alimentos a 5.000 famílias.
Mons. Bou-Hadir salientou que o caminho de Beirute para a recuperação será longo e complicado, com relatos de 200 mortos e 6.000 feridos.
Disse: “Quero agradecer à Fundação AIS por ajudar a prestar o apoio essencial. No início, só havia choque. As pessoas estavam apenas concentradas em tentar sobreviver. Agora, as pessoas estão a perceber o impacto total do que aconteceu e a perceber quão duro e difícil será o futuro, mas a nossa esperança é Cristo.”

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