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Níger: cristãos são vítimas de violência terrorista

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Reinnier KAZE / AFP

Des membres de la Force camerounaise d'intervention rapide patrouillent dans l'extrême nord du pays. (Image d'illustration)

Reportagem local - publicado em 23/08/20

“A notícia não foi publicada por ninguém, porque mortes de pequenos agricultores, se comparadas com mortes de ocidentais, não têm a mesma importância”, diz padre

“Tudo aconteceu no início da última semana no povoado de Djaheli, a cerca de 18 quilômetros de Bomoanga. Eles chegaram em cerca de vinte motocicletas, armados, alguns deles com o rosto coberto. Primeiro esperaram o retorno dos camponeses para suas casas ao anoitecer Depois cercaram e saquearam o povoado e partiram, não sem antes ter matado duas pessoas acusadas de conivência com as autoridades”.

O relato à Agência Fides, direto de Niamey, Níger, é de padre Mauro Armanino, missionário da Sociedade das Missões Africanas (SMA).

“A notícia não foi publicada por ninguém, porque mortes de pequenos agricultores, se comparadas com mortes de ocidentais, não têm a mesma importância”, observa com tristeza o sacerdote.

“A mensagem dos agressores, supostos ‘jihadistas’ que há muito se instalaram na região, é aquilo que tem se repetido há algum tempo. Pode ser resumido da seguinte forma: destruir, demolir a igreja, converter-se ao Islã, caso contrário a aldeia será arrasada”, sublinha o missionário que acrescenta ser “implícito o ‘convite’ a não colaborar com as forças governamentais, sob pena de terminar a vida como as duas pessoas mortas no local”.

Bomoanga é o povoado onde, em 17 de setembro de 2018, foi sequestrado padre Pierluigi, “Gigi” Maccalli.

“Vinte e três meses depois do sequestro do padre Pierluigi, a ‘paixão’ vivida por seu povo continua”, sublinha pe. Mauro. ”Em um encontro com o bispo da diocese, juntamente com o administrador da paróquia de Makalondi – atualmente isolada – uma delegação da população local enfatizou três aspectos fundamentais, que poderiam ser resumidos em três questões simples e essenciais: como continuar vivendo a fé; como garantir a alimentação necessária para a família; onde buscar refúgio”.

“É bom recordar que na zona fronteiriça de Burkina Faso, os deslocados internos, segundo as autoridades, ultrapassam um milhão de pessoas, ou seja, uma em cada vinte pessoas no país”, conclui o missionário.

(Agência Fides)

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