Fala de Papa Francisco por ocasião do Dia Internacional das Vítimas de Perseguição Religiosa pode se aplicar a casos polêmicos passados no Brasil
Como já foi aqui noticiado, no último fim de semana, por ocasião do Dia Internacional das Vítimas de Perseguição Religiosa (22 de agosto), Papa Francisco publicou um post no Twitter no qual critica o extremismo religioso:
“Deus não precisa ser defendido por ninguém e não quer que o Seu nome seja usado para aterrorizar as pessoas. Peço a todos que parem de instrumentalizar as religiões para incitar ao ódio, à violência, ao extremismo e ao fanatismo cego”.
Dois dias depois, a deputada federal Flordelis dos Santos de Souza é apontada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, crime que envolveu outras dez pessoas.
Durante o inquérito, o MP-RJ se deparou com uma troca de mensagens entre Flordelis e um de seus filhos denunciados de participação, na qual a deputada diz: “Separar dele não posso, porque senão ia escandalizar o nome de Deus”.
Ou seja, para não romper o sagrado matrimônio, a deputada teria preferido infringir o quinto mandamento: não matarás. Esse caso expõe bem o tipo de interpretação pessoal e distorção bizarra que um indivíduo é capaz de fazer da Bíblia para encobrir seus motivos pessoais.
O extremismo religioso não está circunscrito ao Oriente Médio nem se manifesta apenas por meio de ataques terroristas. Pessoas ao nosso redor usam diariamente a palavra e a religião como instrumento para praticar o ódio e a intolerância, geralmente disfarçando algum interesse próprio.
Como diz o Papa, “Deus não precisa ser defendido por ninguém”.