Muitas vezes, somos como Agostinho, ou seja, demoramos a ouvir os apelos de Deus em nossa vida
Estamos na semana em que celebramos Santa Mônica e Santo Agostinho, dois grandes exemplos de persistência e conversão. Persistência e lágrimas de uma mãe que por 30 anos rezou pela conversão de sua família, em particular seu filho, Agostinho.
O próprio Santo Agostinho, nos seus escritos, interrompe a narrativa de sua vida para falar das lágrimas de sua mãe: “Minha mãe, tua fiel serva, chorava-me diante de ti muito mais do que as outras mães costumam chorar sobre o cadáver dos filhos, pois via a morte de minha alma com a fé e o espírito que havia recebido de ti” (cf. Confissões, III, 11).
Muitas vezes, filhos e filhas, somos como Agostinho, demoramos a ouvir os apelos de Deus, e queira Deus, com intercessão de Nossa Senhora, que quando realmente nos encontrarmos com Ele, tenhamos uma conversão como a de Santo Agostinho.
Quando não ouvimos os apelos de Deus em nossa vida, formamos um escudo em nós mesmos e a flecha divina tem dificuldade de penetrar, porque quanto mais sedimentados aos apegos das paixões, ao mundanismo, à satisfação pela satisfação, menos sensibilidade temos para Deus. E por isso sofremos.
Quem dera se nós deixássemos nos encontrar com Deus! E, filhos e filhas, a cada momento Ele tenta nos encontrar. Mas nós, na maioria das vezes, nos esquivamos. Muitos perguntam, por que não progridem, não crescem, não se desenvolvem, não veem os frutos de sua santificação? Muitos estão ficando cada vez piores, velhos, enrugados e cada vez mais chatos, por quê? Pela postura assumida diante de Deus.
Devemos dizer: “Senhor, eu sou necessitado. Eu preciso de Ti, eu preciso de Tua graça. Sozinho eu não sou ninguém. Não se ausente da minha vida, não me deixe cair em tentação, Senhor! Não me deixe só, porque eu sou fraco; não me deixe, Senhor, cair em tentação. Fica ao meu lado, me amparando, porque eu reconheço que fui feito de pó, pelas Tuas mãos”.
Creio que muitos já tiveram o desprazer de conviver com uma pessoa que não acha necessário mudar, que está pronta, concluída e nada mais deve ser feito, se acha perfeita. Isso a torna horrível, pois ela acaba sendo um poço de arrogância, soberba e grosseria. Não há humildade, fragilidade e nem paciência com o erro do irmão. Essa pessoa fica muito distante de Deus. Mas como evitar isso?
Quem verdadeiramente ama, reza. Quem verdadeiramente reza, ama. Somos chamados a ser tocados pelo Senhor através de uma vida de oração, para que o amor d’Ele se manifeste em nós. Todos os dias somos chamados a estar na presença de Deus em oração. Mas para nos colocarmos diante d’Ele é preciso, primeiramente, silenciar o nosso interior, para então fazer uma oração.
É importante que em cada oração o coração esteja junto, aquilo que rezamos precisa ser nossa vida. Uma alma sem oração é como carro sem gasolina, ou seja, não funciona. O combustível mais seguro para que Deus nos mantenha no caminho do bem é a oração, a fé e o amor.
Ninguém experimenta o amor de Deus se não viver na Sua presença. Quem não leva a sério sua vida com Deus, se perde. Caso deixemos de experimentar o amor de Deus, e se em algum momento da vida nos cansarmos e nos dermos conta de nossa imperfeição, nos coloquemos diante d’Ele e recomecemos. Ele estenderá as mãos para que cheguemos mais perto de Seu amor, pois a Sua misericórdia é infinita.
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