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Empresário muçulmano oferece dinheiro para cristãos se converterem ao islã

PAKISTAN

Shutterstock | M Syed

Reportagem local - publicado em 31/08/20

Oferta gerou repulsa em muitos cristãos, que denunciaram frequente intimidação e tentativas de conversão forçada no país

O empresário paquistanês Mian Kashif Zameer Chohadary, do ramo de têxteis, divulgou um vídeo no aplicativo chinês TikTok para oferecer dinheiro aos cristãos que se converterem ao islamismo no Paquistão.

Ele está literalmente tentando comprar pessoas por 200 mil rúpias paquistanesas (cerca de 1.180 dólares) ou, no caso de famílias inteiras, por 1 milhão de rúpias (5.900 dólares). Para se venderem, essas pessoas precisariam abandonar a fé em Cristo e aceitar o islã, que, segundo ele, é “a melhor religião”.

“Estou prestes a anunciar uma oferta que nunca foi feita antes. Se um cristão aceitar o islã, eu darei a ele 200 mil rúpias; se uma família inteira se converter ao islã, darei a eles um milhão de rúpias. Por favor, aceite o islã, que é a melhor religião”.

O empresário que se propõe comprar a fé alheia também publicou vídeos em que aparece cumprimentando um governador paquistanês, Chaudhary Muhammad Sarwar.

A “iniciativa” gerou repulsa em muitos cristãos, que manifestaram rejeição ao vídeo do empresário e denunciaram as muitas tentativas de conversão forçada que foram registradas no Paquistão ao longo de meses recentes.

Num dos casos, no final de julho, um grupo de jovens muçulmanos tentou forçar um cristão a renegar sua fé e recitar a shahada, uma fórmula do credo muçulmano. O vergonhoso acontecimento foi denunciado em vídeo pelo jovem cristão ameaçado: ele se recusa a rejeitar a fé em Cristo e se declara disposto a enfrentar as consequências.

Infelizmente, as consequências têm sido muitas e graves naquele país, onde a população cristã é estimada em apenas 2% dos quase 200 milhões de habitantes. Os cristãos no Paquistão são abertamente tratados como cidadãos de segunda classe e sofrem várias formas de “discriminação institucional”, conforme denunciado por entidades internacionais como a organização Open Doors e a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).

O país é tristemente conhecido por sua assim chamada “legislação antiblasfêmia”, que, mesmo sem provas, permite que minorias religiosas, principalmente cristãos, sejam condenados à cadeia ou até à pena de morte por acusações genéricas de insulto a Maomé, ao alcorão ou ao islã.


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