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“Não alimente padre nem pastor”: será que todos devem pagar pelo erro de alguns?

Pe. Gabriel Vila Verde

Pe. Gabriel Vila Verde / Facebook

Pe. Gabriel Vila Verde - publicado em 01/09/20

Pe. Gabriel Vila Verde concorda: "Enriquecer não, esbanjar também não e ostentar jamais". No entanto, pergunta: "Mas o padre tem que passar fome?"

Em sua rede social, o pe. Gabriel Vila Verde se pronunciou sobre alguns questionamentos que acabam se transformando em generalizações injustas sobre a razão de ser do dízimo. Ele comenta:

Vi um vídeo onde determinada senhora fala contra o dízimo. No vídeo, ela diz: “não alimente padre nem pastor”. Fiz então a minha reflexão: um torcedor paga ingressos para assistir a um jogo, e parte do dinheiro vai para o bolso do jogador. Um fã vai no show e paga o ingresso; parte do dinheiro vai para o bolso do cantor e do músico. O Padre celebra, confessa, assiste casamento, visita os enfermos, abençoa casas, realiza funerais, aconselha, prega, socorre os pobres… Mas só ele não pode comer, nem beber, nem se vestir? Paciência, minha gente!!! Enriquecer não, esbanjar também não e ostentar jamais, mas passar fome? Graças a Deus que meus paroquianos pensam diferente daquela senhora do vídeo, pois eu não preciso tirar do dízimo para comprar comida. Eles já trazem o almoço pronto, diariamente. Rico não sou, mas de fome eu não morro, pois tenho um povo que reconhece meu trabalho!

De fato, a Igreja é clara no tocante à disciplina e à sobriedade que se espera de todos os sacerdotes e de todas as pessoas consagradas. Há normas bem definidas a serem seguidas por todos, assim como há os conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência que se estendem a todos, independentemente de serem professados como votos religiosos solenes ou não (religiosas e religiosos, que são membros de ordens e congregações, emitem os votos de pobreza, castidade e obediência; já os padres diocesanos não emitem formalmente esses votos, mas continuam tendo o chamado evangélico a viver a pobreza, a castidade e a obediência como virtudes).

Os membros da Igreja que desprezam esses conselhos evangélicos e descumprem essa disciplina devem responder pelos próprios erros sem que todos os demais sejam injustamente julgados e condenados como “farinha do mesmo saco”. Aqueles que cometem não apenas erros, mas crimes propriamente falando, devem também responder criminalmente à justiça civil.

A propósito: é dever moral de todos nós zelar pelo bom uso que se faz dos nossos recursos, e isto inclui também os donativos que fazemos e os impostos que pagamos. Devemos exigir que aqueles que os recebem os utilizem para os devidos fins – e, se não o fizerem, nós temos o dever moral de denunciá-los e exigir que prestem contas. Quanto a julgá-los, cabe a Deus, que o fará de modo perfeito, e à justiça humana, que deverá fazê-lo com base em provas concretas e seguindo o devido processo.

O que não é justo é acusarmos a todos pelos atos de alguns, condenarmos quem ainda nem foi julgado e punirmos uns pelos crimes de outros.

No tocante aos tão falados “tesouros do Vaticano”, é o caso de se recordar o que consta no seguinte artigo:


VATICAN LIBRARY

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Será que o Vaticano deve vender seus bens e dar tudo aos pobres?

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IgrejaPadres
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