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Aguardado novo filme de Charlie Kaufman dá um nó na cabeça do espectador 

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Octavio Messias - publicado em 08/09/20
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Lançamento Netflix, Estou Pensando em Acabar com Tudo chega na sequência do romance de estreia do roteirista e diretor   Há quem dissesse que Charlie Kaufman, roteirista famoso por Adaptação e Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, estava sumido. Desde Anomalisa (2015), filme que escreveu e codirigiu com Duke Johnson, não se ouvia falar dele. Então o roteirista e diretor ressurge com duas obras de peso, que explicam perfeitamente o “sumiço”. Em julho foi publicado Antkind, seu romance de estreia com nada menos que 720 páginas, pela prestigiada editora Random House, alçado imediatamente a best seller. E neste fim de semana estreou no Netflix Estou Pensando em Acabar com Tudo, longa que escreveu e dirigiu e com o qual, como de costume, dá um nó enorme na cabeça do espectador. 

Kaufman adaptou o romance I’m Thinking of Ending Things (de 2016, mesmo título do filme em inglês), do proeminente autor canadense Iain Reid. A história é contada por uma mulher (interpretada por Jessie Buckley, em atuação brilhante) que faz uma viagem com o namorado para conhecer sua família em uma comunidade rural no interior do estado de Oklahoma. Desde o início, no entanto, ela expõe que não vê futuro na relação e que pretende terminar. Ao longo da viagem, no entanto, sempre coberta por neve, ela mergulha nos traumas e nas raízes psicológicas de Jake (Jesse Plemons, da segunda temporada de Fargo), o que funciona como uma areia movediça para quem pretende encerrar um relacionamento. 

A “roubada” por sua excêntrica família, na pele dos consagrados David Thewlis (o Remus Lupin, da série Harry Potter) e Toni Collette (de O Grande Garoto). Ali ela percebe as incongruências e as mágoas que assolam Jake, e pela primeira vez passa ver o namorado por quem ele é. Então realidade e delírio se misturam conforme ela tenta desesperadamente voltar para casa, eles enfrentam uma nevasca na estrada e acabam indo parar na escola onde Jake estudou, onde se deparam com o misterioso faxineiro da madrugada, que aparentemente não tem nada a ver com a história mas será crucial para o desfecho. 

Há mais de 20 anos Charlie Kaufman é uma das mentes mais inquietas e prolíficas de Hollywood. Desde a fase inicial, marcada pela parceria com o diretor Spike Jonze, seus roteiros desafiam as estruturas narrativas convencionais da indústria e tendem a conduzir o espectador pelas profundezas da mente humana. Como mostram Quero Ser John Malkovich (1999), Adaptação (2002) e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (2004), além de A Natureza Quase Humana (2001) e Confissões de uma Mente Perigosa (2002), dirigidos, respectivamente, por Michel Gondry e George Clooney. 

E o hiato aparentemente foi para escrever o livro, mesmo. Kaufman mal voltou ao cinema, e já teve outro roteiro filmado, Chaos Walking, do diretor Doug Liman, previsto para janeiro de 2021.

Vem mais coisa boa por aí. 

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