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A Mãe Peregrina completa 70 anos, levando Jesus e Maria aos lares em 200 países

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Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt / Divulgação

Reportagem local - publicado em 10/09/20

"Quando chega Maria, a alegria transborda e explode nos corações", afirma o Papa Francisco

Neste 10 de setembro de 2020, a Campanha da Mãe Peregrina, impulsionada pelo movimento de Schoenstatt, está completando 70 anos nos quais a imagem de Nossa Senhora já visitou o lar de milhões de católicos em mais de 200 países.

No Brasil, a Campanha nasceu na cidade de Santa Maria, RS, e atualmente chega a 264 circuncisões eclesiásticas do país. A imagem de Nossa Senhora e de Jesus tem sido levada a lugares dos mais distantes e remotos, procurando de modo especial chegar às famílias mais fragmentadas e a locais de profunda necessidade de presença mariana, como, por exemplo, hospitais, presídios, empresas e escolas.

Por ocasião deste aniversário, o Vatican News, agência oficial de notícias do Vaticano, recordou estas palavras do Papa Francisco sobre a Mãe de Deus:

“Ela abraça muitas situações concretas e está presente onde há necessidade: vai encontrar a prima Isabel, socorre os esposos de Caná, encoraja os discípulos no Cenáculo… Maria é remédio para a solidão e desagregação. É a Mãe da consolação, a Mãe que ‘consola’: está com quem se sente só. Ela sabe que, para consolar, não bastam as palavras; é necessária a presença. E Maria está presente como mãe”.

O servo de Deus João Luiz Pozzobon

O grande propulsor humano desta campanha inspirada por Deus foi o camponês e comerciante João Luiz Pozzobon, de Santa Maria, hoje em processo de beatificação. O arcebispo de Santa Maria, dom Hélio Adelar Rubert, assim se refere a esse homem apresentado como exemplo de pai, esposo, diácono e missionário:

“É uma alegria para a arquidiocese de Santa Maria ser o berço deste apostolado, berço deste ‘homem de Deus’ que foi João Pozzobon. Um apóstolo ‘pé no chão’, bem como pede o Papa Francisco, que vai ao encontro das pessoas nas escolas, nos presídios, nas famílias…”.

Ainda conforme a citação do Vatican News, o Papa Francisco nos recorda:

“Quando chega Maria, a alegria transborda e explode nos corações, porque a presença invisível, mas real, de Jesus preenche tudo com sentido”.

Um presente? Mas, por que um presente?

Poderia uma simples imagem gerar algum impacto social por onde passa? Olhando de fora, parece apenas uma visita devocional, mas a experiência ao longo dos anos mostra o contrário. “Em um dos grupos da Campanha na Índia, a Mãe foi levada a uma família com quem a vizinhança não estava se relacionando bem. Como a Imagem estava ali, todas as pessoas daquele círculo se reuniam para rezar. As famílias que não estavam se relacionando bem vieram até esta família para orar juntas. Assim, a imagem da Mãe Peregrina une muitas famílias que têm problemas entre si e reúne também pessoas de outras religiões, como os hindus”, conta o Pe. Peter Jeya Kumar, que vive em Chennai/Tamilnadu, na Índia.

Há muitos testemunhos de graças alcançadas – como empregos, conquistas materiais, saúde recuperada, etc. Mas, também não faltam os testemunhos de transformação pessoal e social. Vinicius Vilas Boas, da Diocese de Franca/SP, comenta: “Maria devolveu à minha família um interesse maior para que pudéssemos retornar à Santa Igreja. Sou missionário da Campanha da Mãe Peregrina, desde novembro de 2017. Aos poucos percebi que, enquanto família, voltamos a dialogar mais. Após a chegada da imagem, nossa vida familiar mudou por completo”.

O coordenador Edgilson Menezes Angelim, da cidade de Lavras da Mangabeira/CE, considera a Campanha como “um ponto muito forte de evangelização, porque você tem um canal aberto diretamente com as famílias. Temos uma organização, respeitando sempre a caminhada da Igreja e amando a Igreja acima de tudo, nos colocando à disposição dela. Isso me encanta. Temos a possibilidade de trabalhar diretamente com as famílias, visitando-as, ouvindo-as, acolhendo-as, tendo a oportunidade de ser mais um naquela casa”. Um ponto importante que que o coordenador salienta: “Sempre que enviamos uma imagem da Mãe Peregrina, explicamos para as famílias que essa imagem ‘não tem pernas’ e que as pernas dela somos nós”. Com isso, ele quer dizer que a ação missionária da Mãe Peregrina depende também dos seus instrumentos humanos. 

A missionária Lucia Marcia da Silva compreendeu essa amplitude apostólica e quis ser, também, “as pernas, os braços, a voz da Mãe de Deus”. Para isso, ela criou o “Projeto Mãe Rainha”, que acompanha crianças, adolescentes e jovens no contraturno escolar, em Maceió/AL. “Quem me deu essa ideia foi Nossa Senhora; tudo veio dela. Nosso objetivo é formar jovens para Deus; que eles possam ter um conhecimento melhor, para serem verdadeiros cristãos, terem amor ao próximo e que não fiquem desassistidos”

Um início singelo, como tudo o que vem de Deus   

Para o início da Campanha, Deus escolhe um homem simples, camponês e comerciante da cidade de Santa Maria/RS: o Servo de Deus João Luiz Pozzobon, cujo Processo de Beatificação segue em Roma. Ele tornou-se um modelo de pai, esposo, diácono e missionário. “A devoção ao Sr. João é muito forte entre o grupo de missionários que levam a Mãe Peregrina. Vemos nele a imagem de um homem forte de corpo e de espírito, que dá testemunho a partir de sua pequenez. Seu testemunho desperta nas pessoas um chamado e uma consciência de missão que faz nos perguntarmos: Por que não eu?”, comenta o jovem Emanuel Velasco De La Garza, de Querétaro, México.

Pozzobon caminhou 140 mil quilômetros levando a Mãe e Rainha às casas, hospitais, presídios e rezando o terço. Pai de sete filhos, zelou também por sua vocação matrimonial: “Eu havia dito à Mãe e Rainha que pouco importava mover o mundo inteiro, se descuidasse de minha família. Se isto acontecesse, não estaria fazendo nada”, disse ele. Em sua simplicidade, fez muito pelos pobres. Ajudava todos que podia e criou a Vila Nobre da Caridade em Santa Maria: 12 casas – construídas em mutirão – para abrigar famílias desabrigadas, até que elas pudessem construir suas próprias casas.

Um sim duplo: ao matrimônio e à missão

Além de rezar o Terço, João se preocupava com o acompanhamento pastoral das famílias, principalmente aquelas que viviam em regiões distantes. Para isso, ele anotava as pessoas que necessitavam dos sacramentos – como crianças sem batizar e uniões não sacramentadas – e conduzia os dados à paróquia. O ápice desse trabalho pastoral se deu quando João foi ordenado diácono permanente, assim pode celebrar os sacramentos onde os sacerdotes tinham dificuldades em chegar.

Seu legado continua vivo entre os atuais missionários da Campanha. Há poucos anos, na zona rural de Francisco Sá/MG, Silvana Silva e Endson Lima sentiram o desejo de seguir os passos de João Pozzobon e assumir a evangelização com uma imagem da Mãe Peregrina. Para realizar melhor essa missão, receberam o sacramento do matrimônio, pois viviam juntos há três anos: “Já havíamos nos preparado para receber o sacramento do matrimônio e quando veio o convite para sermos missionários, ficamos felizes e resolvemos nos casar no mesmo dia do envio da imagem. Foi tudo muito lindo e nos sentimos agraciados por recebermos a bênção de Deus e da Mãe e Rainha”.

70 anos iluminando vidas

Como foi dito, segundo o Papa Francisco, “quando chega Maria, a alegria transborda e explode nos corações, porque a presença invisível, mas real, de Jesus preenche tudo com um sentido”. Essa “explosão de alegria” é o que transforma a vida de tantas famílias ao longo desses 70 anos da Campanha da Mãe Peregrina, uma presença que “aquece e ilumina, pois trazes contigo teu filho Jesus, que é vida, caminho, verdade e luz”.


Cruz da Unidade Schoenstatt

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