Representante da plataforma também admitiu que a Netflix não transmite filmes ofensivos nesta mesma medida contra outras religiõesEstá sendo julgada por um tribunal de Madri uma denúncia apresentada pela Associação de Advogados Cristãos da Espanha contra a Netflix pela exibição do filme “A Primeira Tentação de Cristo“, do grupo brasileiro Porta dos Fundos. Segundo informações da agência ACI Digital, a denúncia afirma que a plataforma cometeu crime tipificado no artigo 525 do Código Penal espanhol por escárnio contra a crença e o sentimento religioso, já que a obra representa Jesus Cristo como um profeta gay e Nossa Senhora como uma prostituta, o que excede o âmbito da paródia e da própria comédia.
Um representante legal da Netflix na Espanha, em declaração ao tribunal neste dia 9 de setembro, admitiu que o filme é de fato ofensivo contra os cristãos.
A Associação de Advogados Cristãos ainda perguntou ao representante se a plataforma também transmite filmes ofensivos nesta mesma medida contra outras religiões. Ele admitiu que não.
A mesma associação de advogados também denunciou a Netflix pelo filme “Lindinhas” (“Cuties”), que vem recebendo amplas críticas mundo afora por sexualização infantil e por “incentivo à pedofilia”. A própria plataforma se viu obrigada a alterar a peça publicitária de divulgação desse filme, reconhecendo que a “arte” previamente divulgada era imprópria.
Polonia Castellanos, presidente da Associação de Advogados Cristãos, comenta a respeito:
“Primeiro eles atacam os católicos e agora promovem a pedofilia. Que tipo de plataforma é essa?”
Histórico
O filme “A Primeira Tentação de Cristo” foi lançado em dezembro de 2019 e despertou grande volume de críticas pelo conteúdo blasfemo. Milhares de pessoas assinaram petições no Brasil e no exterior para que a produção fosse retirada do catálogo da Netflix.
Em janeiro de 2020, o desembargador Benedicto Abicair, da 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, determinou a retirada do filme em atenção a um pedido da Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura, destacando:
“O direito à liberdade de expressão, imprensa e artística não é absoluto (…) Deve haver ponderação para que excessos não ocorram, evitando-se consequências nefastas para muitos, por eventual insensatez de poucos”.
O Supremo Tribunal Federal (STF), porém, autorizou a exibição do filme após recurso da Netflix.
A plataforma, após a repercussão negativa de “A Primeira Tentação de Cristo“, resolveu não inscrevê-la como candidata ao prêmio televisivo Emmy Internacional.
As informações são da agência ACI Digital.
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