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4 atrações no Netflix para entender o racismo estrutural

CHARLOTTESVILLE

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Octavio Messias - publicado em 11/09/20

Dois filmes e duas séries retratam a condição negra no Brasil e nos EUA

Muito se discute, hoje, a questão do racismo estrutural. Passados 132 anos da Lei Áurea, nossa sociedade ainda conserva mecanismos e até uma mentalidade escravocratas, o que atrapalha nossa compreensão da verdadeira condição do negro no país, que, embora seja a maioria populacional do Brasil, ainda vive sob opressão, longe de uma igualdade de condições e oportunidades com relação aos brancos e sofrendo com o abuso de violência por parte da polícia.

Para entender melhor essa questão, recomendo a leitura de teóricos como Djamila Ribeiro, Silvio Almeida e Adilson Moreira. Muitos deles afirmam que o primeiro passo para um branco refletir e mudar essa situação é reconhecer o racismo em si mesmo – afinal, fomos educados sob essas mesmas estruturas de pensamento que privilegiam os brancos e jogam o racismo para debaixo do tapete. 

Para ajudar nessa tarefa de reflexão e conscientização, selecionamos quatro atrações disponíveis no Netflix que retratam a condição negra tanto no Brasil quanto nos EUA, onde vem ocorrendo vários casos de discriminação explícita, como o homicídio de George Floyd. 

Confira:

Filmes

1- Destacamento Blood (2020), de Spike Lee

O filme parte um dado histórico ultrajante que nunca foi de conhecimento comum. Na época da Guerra do Vietnã (1955-1975), os negros consistiam em 11% da população norte-americana, e mesmo vivendo em condições de segregação, formavam 16% do exército e, de todos os soldados enviados para combate em solo inimigo, 23% eram negros. Até que, nos dias de hoje, um grupo de veteranos negros se reencontra e coloca na mesa as mazelas do passado. Estrelado pelo sempre brilhante Delroy Lindo e pelo recém-falecido Chadwick Boseman, estrela de Pantera Negra. 

2- A 13ª Emenda (2016), de Ava DuVernay

Da mesma diretora de Selma (2014), dramatização da marcha liderada pelo ícone Martin Luther King em 1965. Com depoimentos de estudiosos, ativistas e políticos como Angela Davis, Bryan Stevenson e Michelle Alexander que mostram como a população negra nos Estados Unidos ainda vive em condições análogas à escravidão sob muitos aspectos, e como o Estado funciona na manutenção desse status quo. O título se refere à emenda que aboliu a escravidão em 1865. 

Séries

3- Irmandade (2019), de Pedro Morelli 

Depois de 20 anos sem contato com seu irmão (interpretado por Seu Jorge), a advogada Cristina (Naruna Costa) descobre que ele está preso e é líder da facção criminosa Irmandade, na qual ela se infiltra com a intenção de salvá-lo. Então ela realmente entende os mecanismos e os contextos sociais nos quais os negros estão inseridos, o que faz com que questione sua própria noção de justiça. A série também retrata de maneira realista a precariedade das instalações carcerárias do Brasil, onde 65% da população é formada por negros e, destes, 41,5% estão presos em regime provisório aguardando julgamento. 

4- Quem Matou Malcolm X? (2020), de Rachel Dretzin e Phil Bertelsen

Conhecer a história do ativista Malcolm X, assim como de Martin Luther King, é fundamental para entender o ativismo negro nos anos 60 e, principalmente, como é possível normalizar qualquer tipo de absurdo, como segregar negros no fundo dos ônibus, não atendê-los em restaurantes e impossibilitá-los de votar. Essa série documental mostra a revoltante sequência de eventos que levaram ao seu assassinato, em 1965.  


KARDYNAŁ PETER TURKSON

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