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Não há nação sem família, afirma o presidente católico da Polônia

ANDRZEJ DUDA DEFENDE FAMÍLIA
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Reportagem local - publicado em 30/09/20
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Andrzjej Duda defende a instituição da família como “fundamental” para a existência de um paísNão há nação sem família. É o que foi defendido por Andrzej Duda, recentemente reeleito para o segundo mandato como presidente da Polônia. Abertamente católico, o chefe de Estado esteve no Vaticano porque tinha um encontro com o Papa Francisco na semana passada. Mas ele não falou só com o Papa: em 25 de setembro, Andrzej Duda concedeu entrevista à rede católica de televisão EWTN e ressaltou a importância da família natural para a sobrevivência de uma nação.

“Não há nação, não há Estado sem uma família que tenha filhos, que, por sua vez, causa a renovação das gerações, que significa que a nação permanece e pode criar um Estado (…) A família, na minha presidência e na minha vida, tem um valor imenso (…) Se alguém se considera um patriota polonês, se alguém pensa que a Polônia deve permanecer, que a nossa nação deve existir, então não deveria haver dúvida de que a família tem um significado fundamental em tudo isso”.

Não há nação sem família e isto vale não só para a Polônia

Andrzej Duda afirmou que, obviamente, a sua prioridade é a Polônia, mas ele procura levar para além das fronteiras do país a convicção de que não há nação sem família:

“Eu procuro proclamar estes pontos de vista não só na Polônia, e construir este quadro jurídico e sistêmico para que a família possa crescer da melhor forma, ter o maior número de filhos, ser apoiada pelo Estado polonês, conforme estipulado pela Constituição polonesa (…) O matrimônio, de acordo com a Constituição da Polônia, é uma união entre um homem e uma mulher. E os pais têm o direito de criar os filhos de acordo com as suas convicções. Estes são os direitos fundamentais inscritos na Constituição da Polônia (…)

E eu não hesito em falar sobre isso na União Europeia. Mas eu trabalho, eu sirvo à Polônia, este é o meu dever. Como os políticos de outros países, outros presidentes, abordam isso, é uma prerrogativa deles. E são as suas sociedades que os responsabilizam. Esta é a minha abordagem. E é uma abordagem cristã. Na minha opinião, é a abordagem mais profundamente correta”.

Trajetória familiar e influência de São João Paulo II

Sempre enfatizando a ideia de que não há nação sem família, o presidente falou, por isso mesmo, da própria trajetória familiar:

“Fui criado numa família que sempre foi católica, durante gerações. Esse é o tipo de família em que eu cresci. E esta conexão com a Igreja, com a comunidade católica, sempre foi um fato, desde o início da minha vida. E sempre foi muito importante na minha casa para os meus pais e avós (…)”

Andrzej Duda manteve coerentemente a sua linha de pensamento sobre a relação entre nação e família. Foi nesse contexto, portanto, que ele falou da influência de São João Paulo II sobre a nação polonesa, como defensor da fé e das convicções das famílias do país:

“Nós crescemos com as peregrinações do Santo Padre [São João Paulo II]. E Cracóvia foi o lugar que o Santo Padre visitou com mais frequência durante a história do seu pontificado; afinal, era a cidade dele. Ele foi metropolita de Cracóvia e cardeal de Cracóvia antes de se tornar Papa.

O Santo Padre fez a maior coisa que poderia ser feita pelos poloneses naquela época: mostrou à geração dos meus pais quantas pessoas na Polônia pensam igual. Durante os tempos escuros do comunismo, em 1979, ele veio em peregrinação à Polônia e as pessoas se reuniram e ele viu que havia milhões. E essas milhões de pessoas são da mesma fé e pensam igual”.

O respeito à liberdade da família é crucial à nação

Andrzej Duda considera que São João Paulo II teve peso decisivo nos rumos da história do seu país, porque, com essas ou outras palavras, o Papa polonês sempre corroborou que não há nação sem família e que, portanto, a família deve seja respeitada na sua plena liberdade:

“Foi o início das mudanças na Polônia (…) Foi o começo do fim do comunismo. Apesar da imposição da lei marcial, nada disso poderia ser interrompido. O Santo Padre estava em Roma, mas estava vigilante o tempo todo. E é por isso que temos liberdade, por causa dele. Não há dúvida quanto a isso”.

Ataques aos cristãos

Andrzej Duda também abordou a crescente marginalização do cristianismo nas sociedades ocidentais, as agressões contra pessoas e monumentos católicos e as profanações à Eucaristia. Assim, ele comentou:

“A nossa religião nos pede docilidade. A nossa religião católica nos diz até para amar os nossos inimigos. É isso o que Jesus nos ensinou. E isso é muito difícil, mas todos devem tentar e todos nós devemos viver da melhor maneira possível. Eu acho que são cometidos abusos por vários tipos de artistas que são inimigos do cristianismo e do catolicismo. Eles sabem que os católicos, os cristãos, não vão prejudicá-los de nenhuma forma por isso. Eles têm uma ‘coragem barata'”.

Afinal, assim como não há nação sem família, tampouco há nação sem respeito à fé das famílias.


Pe Michal Los e presidente Andrej Duda
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