Do controle da natalidade ao nazismo, os papas sempre tentaram abordar os problemas que assolam o mundo As encíclicas, cartas papais dirigidas aos bispos da Igreja, foram usadas pelos papas em uma variedade de circunstâncias ao longo dos séculos.
Entretanto, não existem apenas encíclicas sobre a Bíblia e a Liturgia. Diversos assuntos aparecem nos documentos como, por exemplo, o controle de natalidade e até o racismo nazista.
De acordo com a Enciclopédia Católica, um papa publica uma encíclica sobretudo quando surge uma necessidade específica. Diz a enciclopédia:
Pela natureza do caso, as encíclicas dirigidas aos bispos de todo o mundo tratam geralmente de assuntos que afetam o bem-estar da Igreja em geral. Condenam alguma forma de erro predominante, apontam perigos que ameaçam a fé ou a moral, exortam os fiéis à constância ou prescrevem remédios para os males previstos ou já existentes.
Os assuntos
Não existe, portanto, uma “fórmula” para cada encíclica. O assunto abordado depende do papa e das questões que afetam a Igreja em um determinado momento.
Por exemplo, o Papa Leão XIII escreveu a Providentissimus Deus em 1893 para abordar novas teorias que se desenvolveram no estudo bíblico. Outro objetivo foi esclarecer o posicionamento da Igreja na inerrância das Escrituras. Isso foi numa época em que a arqueologia e o estudo científico estavam crescendo. Além disso, as bases para a teoria bíblica moderna estavam sendo estabelecidas.
Por outro lado, muitos papas usaram as encíclicas para tratar de situações políticas da época. Por exemplo: a encíclica Respicientes ea omnia de Pio IX, escrita em 1870, condenava a entrada de tropas italianas em Roma.
Uma das encíclicas “políticas” mais conhecidas é Mit brennender sorge. Trata-se de uma carta que Pio XI escreveu aos bispos alemães em 1937. O documento aborda diretamente questões sobre o regime nazista e a ideologia racista de Hitler.
Outro exemplo é a Humanae Vitae que Paulo VI escreveu em 1968. Ela discute a teologia positiva da Igreja Católica em relação à vida humana, exaltando a dignidade da pessoa humana.
Encíclicas mais recentes
Papas recentes também usaram encíclicas para tratar de questões de suas épocas. Um exemplo é a Redemptor Hominis, de 1979. Nesta carta, João Paulo II confronta os erros do comunismo ateísta.
Em sua nova encíclica, Fratelli tutti, o Papa Francisco aborda os temas da fraternidade e da amizade social. O documento, entretanto, ainda não foi publicado. A previsão é de que a mais nova encíclica venha a público em outubro de 2020.
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