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Brasil ultrapassa 150 mil mortos pela Covid-19

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NARAYAN MAHARJAN | NURPHOTO | AFP

Agências de Notícias - publicado em 11/10/20

Com 212 milhões de habitantes, o Brasil acumula 150.198 óbitos e 5.082.637 casos, segundo o Ministério da Saúde

Quase oito meses após o primeiro caso de Covid-19 no país, o Brasil ultrapassou neste sábado a marca de 150.000 mortos pela pandemia, que retrocede lentamente, enquanto a população acelera o retorno a uma normalidade perigosa.

Com 212 milhões de habitantes, o Brasil acumula 150.198 óbitos e 5.082.637 casos, segundo o Ministério da Saúde, sendo o segundo país com mais mortos, atrás dos Estados Unidos, e o terceiro em número de infectados, atrás da Índia.

Após o primeiro caso, em 26 de fevereiro, e a primeira morte, em 16 de março, o Brasil viu os números crescerem até superarem um platô de 1.000 mortes diárias por quase dois meses, que começou a ceder em agosto (932) e setembro (752). Nos primeiros nove dias de outubro, a média diária é de 630 falecimentos.

A média de infecções diárias caiu de 40.659 em julho para 30.000 em setembro e 27.200 até agora em outubro. Especialistas, porém, acreditam que o Brasil atravessa um momento de platô com números ainda considerados elevados, diferentemente dos países europeus e asiáticos, que, após alcançarem o auge da pandemia, viram uma queda mais drástica nos contágios e mortes.

“Chegamos a ter 55.000 casos por dia, mas continuamos com 27.000. Sim, é possível dizer que caiu mais de 50%, mas é como se você descesse do Himalaia para os Alpes, quer dizer, você continua na montanha”, explicou à AFP José David Urbaez, pesquisador da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

“Depois das mortes caírem para 600, ainda haverá um caminho enorme pela frente, com muitas perdas”, completou.

O longo platô coincide com a reabertura de mais atividades não essenciais, que, segundo os pesquisadores, está sendo feita sem coordenação nacional nem vigilância epidemiológica adequada, o que se soma ao não cumprimento das medidas preventivas pela população.

“É quase impossível não retomar as atividades” em um país que é testemunha desde março do desaparecimento de mais de 10 milhões de empregos, afirmou o pesquisador Christovam Barcellos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Estão em vigor medidas de prevenção, mas as praias do Rio de Janeiro e de outras cidades, por exemplo, costumam ficar lotadas a cada fim de semana com banhistas sem máscaras, apesar da proibição municipal.

“Acho que estamos ficando anestesiados por esta situação. Ouvimos tantas coisas ruins que acabamos nos acostumando. O ideal é que cada um cuide de si e faça o que puder”, avaliou o estudante Caio Gomes durante um passeio pela Praia de Copacabana.

Apesar dos erros, os dois especialistas destacam que o sistema de saúde tem conseguido melhorar o atendimento aos infectados e o tratamento dos pacientes em estado mais grave.

“Não sei se o pior já passou porque a gente não sabe o que está por vir, mas certamente tivemos momentos piores do que o atual”, analisou para a AFP Jaques Sztajnbok, chefe da unidade de terapia intensiva do Instituto de Infectologia Emílio Ribas de São Paulo, estado líder em mortes por covid-19 no país.

“Muita coisa evoluiu desde o inicio do enfrentamento, então hoje, se a gente for olhar, a taxa de ocupação [da UTI] não é mais de 100%”, completou.

No Brasil são realizados atualmente testes de quatro vacinas contra a Covid-19. O governo espera produzir 140 milhões de doses no primeiro semestre de 2021. Urbaez, porém, aconselha evitar um excesso de otimismo.

“Acredita-se que a vacina resolverá definitivamente o problema, e isso é difícil de afirmar”, explicou o infectologista, que lembrou da importância de um longo processo para que se tenha uma produção e uma distribuição de sucesso.

Enquanto isso, o Brasil terá que enfrentar a pressão sobre a economia, assim como o restante do mundo. O governo amenizou o golpe com ajudas emergenciais para quase um terço da população.

(AFP)
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