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Como Iphone 12 vai contra modelos de consumo consciente

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Shutterstock

Octavio Messias - publicado em 15/10/20

Embora seja o pontapé inicial da tecnologia 5G, estratégia de lançamento do aparelho não leva em consideração o consumidor nem o meio-ambiente

Comprei um MacBook em uma viagem em 2014. Cheguei a uma Apple Store em Nova York já com o modelo que eu queria em mente, e quando cheguei lá me surpreendi ao constatar que sua versão mais atual não possuía drive para CD e DVD. Para solucionar o problema, o vendedor sugeriu que eu comprasse um drive avulso, que se conecta ao computador via USB, pelo qual, obviamente, eu teria de pagar à parte. Optei pela versão mais antiga, que vinha com o drive e custava mais barato. 

Saí de lá me sentindo esperto, como se tivesse conseguido driblar o sistema hostil da empresa de eletrônicos que possui o design mais bonito, a tecnologia mais avançada e aparelhos com o sistema operacional mais inteligente e intuitivo, em minha opinião. Isso até querer conectar o notebook na televisão e descobrir que a saída de vídeo é especial da Apple e só comporta cabos vendidos (por valores nada convidativos) em suas lojas autorizadas. No desenvolvimento do produto, a Apple vai criando esses pequenos mecanismos que fidelizam o cliente não só com relação aos seus acessórios, mas também na troca dos seus aparelhos. 

iPhone

A cada ano, nesta mesma época, milhares de fanáticos pela marca fazem fila nas Apple Stores ao redor do mundo para comprar em primeira-mão o iPhone mais recente. O que deve se repetir na próxima sexta (23), quando o iPhone 12 estará disponível nas lojas (a pré-venda começa amanhã).

Conforme anunciou Tim Cook, vice-presidente da Apple, nesta terça-feira (13), durante o evento de lançamento, o novo iPhone não virá com cabo para carregar a bateria e nem com fones de ouvido. Isso apenas dois anos depois de terem mudado a entrada do fone, obrigando mais uma vez o seu público a investir nos acessórios revendidos pela empresa.

Seu fundador Steve Jobs (1955-2011) concebeu não só um aparelho em que nenhuma peça se destaca facilmente, como um modelo de negócio totalmente hermético. Embora esse sistema ainda seja muito lucrativo, ele hoje parece um tanto ultrapassado com relação a uma tendência de horizontalização na relação com o consumidor, que vem sendo implementada também por multinacionais. 

Sustentabilidade

O modelo de negócio da Apple ainda parece atrasado do ponto de vista ambiental, no sentido de que seus produtos não são feitos para durar. Além da obsolescência programada, o que faz o aparelho começar a apresentar problemas após algum tempo, a empresa não fabrica nem fornece peças de reposição. Isso numa época em que empresas estão trabalhando com material reciclado e unindo esforços para tornar suas operações mais sustentáveis. 

Questões que valem ser consideradas antes de se considerar adquirir uma das quatro versões do lançamento (iPhone 12 Mini, iPhone 12, iPhone 12 Pro e iPhone 12 Pro Max), com preços no Brasil entre R$ 3.900 e R$ 6.000, o equivalente a um carro usado.

Para conhecer mais sobre o gênio criativo (e atormentado) de Steve Jobs e entender como construiu seu império, assista à Jobs (2013), sua cinebiografia, estrelada por Ashton Kutcher e disponível no GloboPlay. 


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