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São José na Bíblia: por que os evangelhos falam tão pouco dele?

São José

Adam Jan Figel | Shutterstock

Arquidiocese de São Paulo - publicado em 15/10/20

"As pessoas que participaram da história da nossa salvação são importantíssimas, mas falar delas não é o objetivo primeiro dos evangelistas"

São José na Bíblia: por que tão pouco espaço? Afinal, o pai adotivo de Jesus é uma figura de imensa importância para nós, católicos.

Quem apresenta essa questão é José Antônio, de Carapicuíba, SP, escrevendo ao pe. Cido Pereira. O sacerdote, de fato, mantém uma coluna de perguntas e respostas no jornal O São Paulo, da arquidiocese paulistana. Eis, então, a resposta do pe. Cido:

Sabe, meu irmão, muitas pessoas como você ficam intrigadas com o motivo de a Bíblia não ser tão minuciosa a respeito de pessoas e de fatos. Veja alguns exemplos: a adolescência e juventude de Jesus, a vida da Sagrada Família em Nazaré, a morte de José e Maria.

Jesus é o centro dos evangelhos

Vale lembrar, porém, José Antônio, que os evangelhos não foram escritos para nos falar de São José, de Nossa Senhora, dos apóstolos, mas, sim, para nos deixar a par do acontecimento decisivo da história da salvação, que foi a entrada de Jesus, o Filho de Deus, na nossa história humana. Pegue sua Bíblia e veja como cada evangelista inicia seu Evangelho: todos se referem a Jesus. São Mateus começa citando a origem de Jesus. São Marcos aborda, logo no início, a Boa-Notícia de Jesus, o Messias, filho de Deus. Lucas afirma que decidiu escrever depois de cuidadoso estudo e de entrevistar as testemunhas oculares que conviveram com Jesus. E João faz uma profunda meditação sobre Jesus, o Verbo de Deus. Assim, é Jesus quem interessa. As pessoas que participaram da história da nossa salvação – Zacarias, Isabel, João Batista, José e Maria – são importantíssimas, mas falar delas não é o objetivo primeiro dos evangelistas.

São José na Bíblia

Sobre São José, o importante, como afirma São Mateus, é saber que foi um “homem justo” e assumiu a missão de esposo fiel de Maria e de guardião e tutor de Jesus. Ele sustentou a Sagrada Família com seu trabalho. O resto que sabemos são deduções que fazemos: José morreu nos braços de Jesus e Maria, provavelmente antes da vida pública de Cristo, e todos nós o temos como protetor dos trabalhadores, dos chefes de família e dos administradores. Houve um grupo de escritores que tentou preencher os vazios deixados por Mateus, Marcos, Lucas e João e escreveu alguns evangelhos chamados apócrifos. Por serem tão fantasiosos, a Igreja não os considera inspirados por Deus, e, assim, não fazem parte da Bíblia. Fixemos, então, a nossa atenção, como queriam os evangelistas, na pessoa de Jesus. Vale a pena acolhê-Lo com amor, como fizeram José e Maria, vale a pena escutar Jesus, segui-Lo e testemunhá-Lo, porque Ele é o único Senhor de nossa vida, o princípio e o fim de tudo, o Caminho, a Verdade e a Vida.



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