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Argentina e Covid: igreja sofre mais restrições até que academias

MASCARA CIRÚRGICA EM BANCO DE IGREJA

Jacek Klejment/EAST NEWS

Esteban Pittaro - publicado em 16/10/20

Um vírus que tirou a vida de leigos, religiosos, sacerdotes e bispos preocupa a todos. Mas exigir respeito e a possibilidade de participar da missa não implica ignorar a pandemia do coronavírus

O crescimento exponencial da Covid-19 em algumas cidades do interior argentino, após meses de maior impacto na região de Buenos Aires (Argentina), levou as autoridades nacionais a imporem novos bloqueios. Dessa forma, os católicos têm reagido diante da desproporcionalidade e autoritarismo dos governantes em relação à participação na igreja e nas celebrações litúrgicas.

Em algumas dioceses de importantes cidades do país, como Córdoba e Mendoza, as autoridades querem novamente proibir as missas.

Revolta com proibição de missas

A Arquidiocese de Córdoba anunciou esta semana que não acompanharia as últimas medidas restritivas. Ou seja, as medidas que proibiriam o culto público. De fato, as restrições, disse o arcebispo Carlos Ñañez, afetam a saúde espiritual das pessoas. Sobretudo em um período de quarentena prolongada.

“Não vejo dificuldade em atender a urgente necessidade espiritual de todos os fiéis e ainda assim seguir com prudência o protocolo sanitário”, disse o bispo.

Assim, diante do alvoroço público, o governo de Córdoba expressou que houve um mal-entendido. Depois, as autoridades afirmaram que as restrições ao culto se referem a “atos onde há grande número de pessoas”.

Nesse sentido, definiu-se que “missas serão permitidas no máximo para 30 pessoas, em estrita observância aos protocolos de segurança sanitária. Também, batismos, casamentos, confissões e orações individuais”.

Importância da saúde espiritual

A diocese de Mendoza exigiu “o direito ao culto público, consagrado pela Constituição Nacional”. Isso após saber que as paróquias não poderiam continuar celebrando missas com a presença dos fiéis, a partir das novas restrições.

Inicialmente, o governador de Mendoza, Rodolfo Suárez, expressou seu espanto pelas medidas anunciadas pelo presidente Alberto Fernández. Sobretudo ele se referiu explicitamente à importância da saúde espiritual dos fiéis.

Mas depois de viajar a Buenos Aires e se reunir com as autoridades nacionais, segundo a imprensa, eles “resolveram divergências”. Ou seja, novamente teria havido um “mal-entendido”. Na verdade, em Mendoza também houve forte reação da opinião pública.

Argentina: armadilha para a Igreja do protocolo de Covid

Há poucas semanas, cerca de 160 líderes políticos da América Latina assinaram uma declaração intitulada “Vamos cuidar da democracia para que ela não seja vítima de a pandemia”.

“Há riscos latentes de que se não pensarmos e agirmos rapidamente pode haver uma grave deterioração da democracia”, afirma o documento. Acima de tudo, o texto chama a atenção para os níveis de desigualdade, pobreza e informalidade. De fato, esses fatores constituem não só o principal obstáculo ao desenvolvimento, mas também a fonte da cultivo de “soluções populistas e/ou autoritárias”.

Nesse sentido, alerta-se para a tentação do cheque em branco para combater a Covid-19, de instituições serem absorvidas por um único poder político que decide sem parlamento, sem judiciário, sem consultas públicas, preocupa os dirigentes.

De fato, a Igreja na Argentina se preocupa mais do que qualquer outra instituição com a Covid. Mas os católicos estão reagindo diante de restrições às missas que são mais rigorosas do que as restrições às academias, por exemplo.




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