Covid na Argentina: o estrondoso aumento de casos e mortes, apesar de todas as restrições já adotadas, leva o governo a cogitar ainda mais restrições.
Mas dom Carlos Ñáñez, arcebispo de Córdoba, peitou o governo da província. Ele avisou que não vai aceitar novas limitações desproporcionais no tocante ao culto religioso, porque essas medidas afetam a saúde espiritual das pessoas.
“Medidas exageradas”
Dom Carlos explicou sua decisão aos católicos da arquidiocese:
“Ao longo de todo este período difícil, observamos e continuamos observando cuidadosamente em nossas igrejas católicas os protocolos sanitários que as autoridades aprovaram. No entanto, diante da perspectiva de suspenderem as celebrações litúrgicas, fiz um apelo às autoridades provinciais. Manifestei, de fato, o meu desconforto e a minha intenção de não acompanhar estas medidas, porque as considero exageradas. Além disso, elas afetam a saúde espiritual das pessoas, especialmente num período de prolongada quarentena”.
Covid na Argentina
Vale recordar que o fechamento generalizado até mesmo das fronteiras entre províncias argentinas ao longo de meses não foi eficaz. As restrições draconianas impostas à população, aliás, estiveram entre as mais rígidas do planeta nesta pandemia, mas não impediram que a Argentina já seja o quinto país com mais contágios confirmados no mundo. O país, de fato, ultrapassou nesta terça-feira, 20, a marca de 1 milhão de casos acumulados de covid-19.
Equilíbrio
E o arcebispo acrescenta:
“Para uma boa saúde, afinal, todos os nossos aspectos devem estar em equilíbrio, porque a mente, o corpo e o espírito devem estar em harmonia. Por isso, não podemos nos concentrar apenas no material e negligenciar o espiritual. É isto o que a boa ciência nos ensina, e a ela se une a experiência da situação que vivemos desde março”.
Dom Carlos afirma, ainda, que não há maiores dificuldades em atender com prudência as necessidades espirituais de todos os fiéis e, ao mesmo tempo, continuar respeitar as medidas sanitárias protocolares.
Ele finaliza:
“Esperamos que nossas autoridades possam entender esta necessidade vital e possibilitem cuidar da saúde espiritual dos cidadãos”.
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