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Inimigos da Igreja triunfam constantemente, mas não poderão derrotá-la

Relâmpagos sobre o Cristo Redentor simbolizam que os inimigos da Igreja não vencerão

YASUYOSHI CHIBA/AFP/Getty Images

Francisco Vêneto - publicado em 27/10/20

"O combate entre a Igreja e o mundo tem isto de particular: sempre parece que o mundo a vence, mas, de fato, é ela que ganha"

Inimigos da Igreja estão sempre proclamando que a Igreja está morta. No entanto, São John Henry Newman nos recorda a verdadeira realidade: a vitória dos inimigos da Igreja é apenas aparente, porque “as portas do inferno não prevalecerão contra ela“. Afinal, é Cristo quem nos dá essa garantia!

De fato, o cardeal inglês que se converteu do anglicanismo e foi canonizado pelo Papa Francisco nos reafirma: “Tendo sido fundada na primeira vinda de Cristo, a Igreja não desaparecerá antes do Seu regresso“. E ele nos aprofunda nesta certeza de modo inspirador. O seguinte fragmento dos seus escritos, por exemplo, aborda especificamente esta realidade. O texto aparece nos seus “Sermões sobre os temas do dia”, nº 6, “Fé e Experiência”, 2.4:

Era fonte de perplexidade para quem crê, como lemos nos salmos e nos profetas, ver que os maus tinham êxito onde os servos de Deus pareciam fracassar. E o mesmo se passa ao tempo do Evangelho. No entanto, a Igreja possui este privilégio especial, que nenhuma outra religião tem: o de saber que, tendo sido fundada na primeira vinda de Cristo, não desaparecerá antes do Seu regresso. Em cada geração, contudo, parece que ela sucumbe e que os seus inimigos triunfam. O combate entre a Igreja e o mundo tem isto de particular: sempre parece que o mundo a vence, mas, de fato, é ela que ganha. Os seus inimigos triunfam constantemente, dizendo-a vencida; os seus membros perdem frequentemente a esperança. Mas a Igreja permanece!

Inimigos da Igreja têm o seu tempo, mas a Igreja é eterna

(…) Reinos são fundados e desmoronam; nações se espraiam e desaparecem; dinastias começam e terminam; os príncipes nascem e morrem; as coligações, os partidos, as ligas, os ofícios, as corporações, as instituições, as filosofias, as seitas e as heresias se fazem e se desfazem. Elas têm o seu tempo, mas a Igreja é eterna. E no seu tempo, contudo, elas parecerem ter uma grande importância (…) Neste momento, muitas coisas põem a nossa fé à prova. Não vemos o futuro; não vemos que o que parece agora ter êxito não durará muito tempo. Hoje, vemos filosofias, seitas e clãs se alastrarem, florescentes. A Igreja parece pobre e impotente (…) Peçamos a Deus que nos instrua: temos necessidade de ser ensinados por Ele; estamos cegos. Quando as palavras de Cristo puseram os apóstolos à prova, eles pediram-Lhe: “Aumenta a nossa fé” (Lc 17,5). Procuremos por Ele com sinceridade: nós não nos conhecemos; temos necessidade da Sua graça. Qualquer que seja a perplexidade a que o mundo nos induza, procuremos por Ele com espírito puro e sincero. Peçamos humildemente que Ele nos mostre o que não compreendemos, que suavize o nosso coração quando ele se obstina, que nos dê a graça de O amarmos e de Lhe obedecermos fielmente em nossa busca.

JOHN HENRY NEWMAN

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