Psicóloga mata filhas gêmeas de 7 anos a tiros e depois se mata. Esta manchete vem dando a volta ao mundo ao longo desta semana, embora a tragédia tenha ocorrido na sexta-feira passada.
Michele Deegan, de 55 anos, matou as meninas enquanto elas dormiam, no Estado norte-americano de Washington. Em seguida, ela própria se matou.
Repercutindo no mundo todo, a tragédia vem levando basicamente ao mesmo questionamento: por quê?
Estamos falando, afinal, de uma profissional formada para lidar com a diversidade de perturbações e distúrbios psicológicos e, no fim das contas, ajudar as pessoas a encararem as adversidades e desafios com equilíbrio.
De fato, Michele atuava como psicoterapeuta e, em seu site, apresentava o objetivo de ensinar aos seus clientes “novas formas de lidar com os problemas, comportamentos e atitudes saudáveis, habilidades de comunicação para conviver com as famílias, parceiros e colegas de trabalho“.
Mesmo assim, porém, ela própria tomou uma atitude chocante diante dos próprios desafios e adversidades. O que não funcionou?
Os distúrbios na teoria e os distúrbios na prática
Segundo o jornal Daily Mail, Michele travava uma desgastante disputa judicial pela custódia das filhas com o ex-marido. Além disso, ela o processava por violência doméstica. No dia da tragédia, Michele compartilhou em rede social diversas publicações sobre paternidade e maternidade e, mais significativo ainda, sobre como as pessoas que lidam de perto com narcisistas podem cometer suicídio.
Amigos dela também afirmaram que Michele lutava contra um distúrbio mental depois de ter ido à falência em decorrência do divórcio.
Só Deus conhece o coração e a consciência de cada um dos seus filhos e só a Ele cabe ponderar e julgar os seus atos. A nós, como irmãos de Michele, cabe confiá-la, assim como as suas duas filhinhas, à Infinita Misericórdia e à Imparcial Justiça de Deus.
No entanto, cabe-nos também perguntar o que leva uma pessoa a cometer um ato tão extremo contra a própria vida e contra a vida das próprias filhas crianças.
De que tipo de psicologia estamos falando?
Uma das perguntas decisivas tem a ver com a formação de Michele como psicóloga. À primeira vista, afinal, uma pessoa que se formou no supostamente profundo e objetivo conhecimento do ser humano e dos seus comportamentos estaria mais preparada para lidar consigo mesma e com as suas angústias, não é?
Não necessariamente, porque a questão precisa de contexto.
Que tipo de visão do ser humano foi apresentada a Michele ao longo da sua formação como psicóloga e durante o exercício da profissão?
A psicologia é um campo vasto de estudo e de prática. Ela comporta, hoje, uma grande variedade de teorias e perspectivas, várias delas incompatíveis entre si.
Seja qual for a perspectiva que tenha sido passada a Michele sobre a natureza humana, essa perspectiva certamente faz parte do cenário em que essa tragédia se desenrolou.

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