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Chile: igreja foi queimada mas a paróquia continua, diz padre

Ódio à Igreja: extremistas queimam igrejas no Chile

CLAUDIO REYES | AFP

Fundação AIS - publicado em 04/11/20

O pároco de Assunção, Padre Pedro Narbona, afirma que “a dor é profunda” mas que, apesar de toda a destruição e maldade, “não há sentimentos de vingança”

A destruição pelas chamas da histórica Igreja da Assunção, na capital chilena, está a marcar profundamente a comunidade cristã local. Essa igreja no Chile foi queimada no dia 18 de outubro em meio a violentos protestos.

O pároco de Assunção, Padre Pedro Narbona, afirma que “a dor é profunda” mas que, apesar de toda a destruição e maldade, “não há sentimentos de vingança”.

Entrevistado no programa “Perseguidos mas não esquecidos”, da Fundação AIS na Rádio Maria, em Espanha, o Padre Narbona diz que nestes dias após a igreja ter sido incendiada, os seus paroquianos têm “estado a rezar pelas pessoas que fizeram isto”, referindo-se ao ataque e destruição do templo, sublinhando que, agora, a paróquia está privada de um local de encontro.

Serviço

Porém, isso não diminuiu o espírito de entreajuda de todos face aos mais vulneráveis da comunidade.

“O serviço em favor dos pobres e necessitados continua a fazer parte da missão da Igreja”, diz o sacerdote aos microfones da Rádio. Uma missão que é cada vez mais urgente pois a pandemia do coronavírus trouxe consigo também o espectro da crise económica e veio agravar ainda mais os casos de exclusão social que já se verificavam na zona.“Tudo isso se reflecte no facto de que o nosso trabalho de oferecer alimentos e bens de primeira necessidade tem aumentado muito nos últimos meses.”

Agora, sem a logística que existia no edifício paroquial, torna-se mais difícil continuar a auxiliar os mais pobres da comunidade.

“Não ter a paróquia dificulta a distribuição de alimentos ou combustível para poder passar o Inverno”, explica o Padre Narbona. “Ainda por cima, esta zona tem também muitas pessoas idosas, com reformas muito pequenas e que dependem da nossa ajuda.”

Extremistas queimam igrejas no Chile
CLAUDIO REYES | AFP

Dor profunda

Por tudo isto, diz o padre de Assunção, é incompreensível a destruição da Igreja. “A dor é profunda, mas ao mesmo tempo queremos oferecer ao Senhor este sacrifício para que Ele nos dê compreensão, reconciliação e que o amor vença o ódio para, uma vez mais, sermos um país de irmãos”, afirma o sacerdote chileno que é, também, assistente eclesiástico da Fundação AIS neste país sul-americano.

A destruição da Igreja correu mundo. Na altura, circularam imagens de alguns encapuzados que festejavam a queda da cúpula da Igreja da Assunção, já consumida pelas chamas, quando os bombeiros tentavam proteger as pessoas do colapso do histórico edifício. Manifestantes que gritavam. “deixa cair, deixa cair…”

O ódio e a violência que estiveram na génese do ataque à Igreja da Assunção – e também à de São Francisco de Borja, que nesse mesmo dia foi saqueada e viu algumas das suas imagens serem queimadas na rua – provocaram uma onda de protesto e de solidariedade não só dos responsáveis governativos chilenos como de organizações da própria Igreja.

Reconstrução da igreja queimada no Chile

A Fundação AIS prontificou-se de imediato para colaborar nos trabalhos de reconstrução da Igreja de Assunção. Isso mesmo foi sublinhado também pelo Padre Pedro Narbona no programa da Rádio Maria em Espanha.

“Na semana passada estive reunido com a equipa da Fundação AIS do Chile e um arquiteto”, explicou o sacerdote adiantando que já havia um projecto de recuperação do edifício – alvo de outro ataque no ano passado – mas que, “agora, teremos que reestruturar e repensar tudo porque neste momento a igreja está muito mais danificada.”

Na entrevista à Rádio, o Padre Narbona confessa também que o ataque teve um impacto imenso na comunidade cristã local.

“As nossas vidas mudaram de um dia para o outro. De aqui só podemos agradecer todo o apoio. Eles podem queimar as nossas igrejas, mas não podem destruir a nossa fé e a confiança no Senhor. Essa é uma frase que começa a ouvir-se muito por estas bandas….”


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(Fundação AIS)

Tags:
igrejasPerseguiçãoViolência
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