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Falsos milagres: ressurreição “fake” na África do Sul gera debate e piadas

Falsos milagres, falsa ressurreição

Alph Lukau / Facebook

Reportagem local - publicado em 05/11/20

Há organizações religiosas que alardeiam "milagres" em todos os seus cultos

Falsos milagres despertam indignação porque são formas de manipular a fé para enganar incautos. Mas há também alguns que são tão estapafúrdios que geram piadas durante longos períodos. É o caso de uma grotesca “ressurreição” de quase dois anos atrás, que até hoje “faz sucesso” nas redes sociais pela vergonha alheia que provoca.

Em fevereiro de 2019, de fato, viralizou na África do Sul um vídeo que mostra o pastor Alph Lukau gritando “Levante-se!” para um homem deitado num caixão. Em seguida, o “morto” se levanta e os fiéis celebram a sua “ressurreição”.

Esse mesmo vídeo voltou a ser compartilhado recentemente em grupos do WhatsApp, entre novas e velhas piadas e, mais ainda, entre discussões sobre a espetacularização e a manipulação da religiosidade.

Falsos milagres, mas prejuízos reais

Na época do “fato”, três funerárias sul-africanas abriram processos judiciais contra a Alleluia Ministries International, a organização religiosa do pastor Lukau. As funerárias alegaram danos à sua reputação, porque a cena da “ressurreição” utilizou as suas marcas no caixão e em carros fúnebres para dar verossimilhança ao “evento”.

Veículos informativos locais, como o site Sowetan, deram grande cobertura ao caso. Depois, sempre segundo a mídia sul-africana, o grupo religioso do pastor Lukau voltou atrás na afirmação de que tinha acontecido uma ressurreição. Eles passaram a informar que o “morto” estava vivo quando foi levado ao local e que o pastor apenas “completou um milagre que Deus já tinha realizado”.

A hashtag #ResurrectionChallenge (#DesafioDaRessureição) ganhou destaque nas redes sociais sul-africanas como forma de ridicularizar o episódio.

Mas não foi o primeiro caso no país a atrair as atenções públicas para figuras religiosas que alegam ter realizado fatos extraordinários. Em 2018, a justiça da África do Sul condenou um pastor que havia pulverizado inseticida sobre os fiéis da sua igreja. Segundo ele, aquilo iria curar doentes de câncer e de aids.

Milagres verdadeiros

É muito comum que organizações religiosas independentes proclamem “milagres” em praticamente todos os seus cultos públicos.

Além disso, entre os cristãos em geral, inclusive católicos, o uso do termo “milagre” se tornou bastante popular diante de fenômenos que à primeira vista parecem “sobrenaturais”, mas que podem ser facilmente explicados pela ciência.

Milagres são, precisamente, fenômenos cientificamente inexplicáveis, que contradizem as regras da natureza conforme as conhecemos. São necessários, portanto, criteriosos e detalhados estudos científicos para que algum fenômeno possa ser oficialmente declarado como inexplicável.

A Igreja Católica segue critérios científicos bastante rígidos para afirmar algum milagre. Os milagres de cura, por exemplo, chegam a demorar décadas até serem reconhecidos. Os fatos precisam ser cuidadosamente estudados por médicos, revisados por cientistas (na maioria dos casos, laicos e até mesmo ateus), expostos às críticas públicas e, só depois de feitos todos os estudos científicos, a própria Igreja faz a análise teológica mediante o trabalho das suas comissões de especialistas em teologia.

Você pode conhecer um pouco mais sobre a delicada avaliação de supostos milagres por parte da Igreja acessando o seguinte artigo recomendado:


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Os 7 critérios científicos de uma cura milagrosa

Tags:
Milagre
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