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O grande hino de Rachmaninoff que é uma obra-prima coral

J-P Mauro - publicado em 11/11/20

"Bless the Lord, O My Soul" veio pouco antes de a União Soviética suprimir a música religiosa

Quando as obras do compositor russo Sergei Rachmaninoff vêm à mente, a primeira coisa em que pensamos são acordes de piano monstruosamente grandes e orquestrações ricamente emocionais que representam o ápice do Romantismo russo.

Então, quando conhecemos sua obra sagrada de 1915 “Bless the Lord, O My Soul”, de sua obra “All-Night Vigil” (Vésperas), ficamos fascinados ao saber que um dos compositores mais talentosos do século 20 havia mergulhado na música cristã.

Abrindo com as notas graves estrondosas do baixo profundo que tão frequentemente marcam as peças corais russas, o hino se inicia em um coro angelical liderado por uma forte voz de contralto.

Escrita em estilo de canto, esta linha melódica principal atua como um chamado, enquanto o tenor e sopranos cantam em resposta. O movimento sutil das vozes homenageia o estilo polifônico da música sacra. Estilo esse que se iniciou com compositores da Renascença como Palestrina e Byrd, enquanto os complexos padrões de acordes trazem um tom inconfundivelmente romântico ao canto.

Hino de Rachmaninoff: obra-prima sacra

Os historiadores da música sacra consideram As Vésperas de Rachmaninoff uma das maiores obras do compositor. É também considerada o ponto culminante das duas décadas anteriores da música sacra russa. Tempo esse que ganhou destaque pelo compositor Tchaikovsky quando escreveu uma versão das Vésperas, em 1881. Rachmaninoff foi claramente inspirado por esta obra de Tchaikovsky. Mas a composição do primeiro é muito mais complexa em termos de construção de acordes e harmonia.

A serenidade evocada por essa composição magistral é sublime. Mas nos deixou lamentando que o curso da história tenha impedido Rachmaninoff de explorar a música religiosa mais profundamente. Apenas três anos depois de Rachmaninoff estrear as Vésperas para um público receptivo de Moscou, a União Soviética proibiu a música religiosa e substituiu o Coro Sinodal por uma “Academia do Coro do Povo” não religiosa.

Seja como for, ficamos com este surpreendente hino de Rachmaninoff, que continuará a ecoar no futuro.


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