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Aluno chinês crê em Deus e por isso é forçado a passar aulas em pé durante 1 mês

Regime comunista chinês

TheDigitalArtist / Pixabay

Reportagem local - publicado em 16/11/20

Relato de missionário na China mostra o quanto é difícil e perigoso ser fiel à fé no regime ditatorial comunista, que é impositivamente ateu

Aluno chinês crê em Deus e é forçado a passar as aulas em pé durante 1 mês, denunciou a agência de notícias Asia News. O relato é do pe. Stanislaus, missionário na região noroeste da China.

O episódio de assédio moral do regime comunista chinês contra a liberdade religiosa e de opinião dos seus cidadãos demonstra que a intimidação sistemática não poupa nem a infância e a adolescência, visando moldar o pensamento da população conforme a visão de mundo imposta pelo comunismo, que é essencialmente materialista e, portanto, ateu.

O caso envolve um adolescente chamado Xiaoyu, que, na escola, foi obrigado a presenciar as aulas em pé durante mais de um mês porque declarou a sua crença em Deus e questionou a teoria da evolução, imposta pelo professor como fato indiscutível.

O testemunho do missionário se baseia no relato do pai desse aluno. Segundo ambos, o professor de Xiaoyu afirmou:

“A Bíblia diz que o homem foi criado por Deus, mas essa afirmação é incorreta. Deus não existe. O homem evoluiu a partir dos macacos. O que prova isto é a teoria da evolução de Darwin e os fósseis antropoides…”

Xiaoyu então perguntou:

“Professor, eu não entendo. Por que a teoria da evolução provaria que Deus não existe? Mesmo que os humanos tenham evoluído a partir dos macacos, de onde vieram os macacos? Como é que se poderia provar que eles não foram criados por Deus? Como foi que começou tudo o que existe?”

Aluno e professor prolongaram a discussão durante boa parte da aula, deixando a turma atônita. Afinal, é muito incomum, na China, tamanha “ousadia” de um aluno em questionar o que os professores afirmam.

Aluno chinês crê em Deus

No dia seguinte, o professor perguntou a Xiaoyu se ele tinha entendido, e, diante da resposta negativa, mandou-o passar a aula toda em pé. Aconteceu a mesma coisa no outro dia, e no outro, até que Xiaoyu ficou um mês inteiro assistindo às aulas sem poder sentar-se.

Ao voltar para casa, de acordo com os relatos do pai e do sacerdote, Xiaoyu perguntou à mãe o que fazer, já que não quer renegar a Deus nem pode continuar debatendo com o professor que “está nos impondo as verdades em que ele acredita e não admite dúvidas“.

Xiaoyu é um exemplo de que, mesmo sob décadas de brutal opressão ideológica, a fé em Deus persiste em incontáveis chineses fiéis à sua consciência – inclusive no âmbito escolar e universitário. Sim, existem alunos chineses que creem em Deus. E não são poucos. Mas também passa longe de ser pouco o sofrimento e os riscos que eles correm por causa da sua fé.

A orientação do sacerdote

O pai do jovem perguntou ao sacerdote se a família não deve incentivar o filho a estudar mais o assunto. O padre respondeu:

“Sim, devemos continuar estudando. Teoria é teoria. É possível responder de um ponto de vista mais objetivo. Por exemplo: qual é a base teórica da evolução segundo Darwin? Como podemos descrever a teoria atual do Big Bang sobre a origem do universo? Nada disto significa negar a fé. Este é o ambiente em que vivemos. Podemos continuar firmes na nossa fé, mas não precisamos criar discussões frontais”.

O sacerdote finaliza o seu depoimento à Asia News dizendo sobre o adolescente chinês:

“Coragem é a única coisa que ele tem. E ele está de pé!”



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