Perfeitos em glória, admiráveis em inteligência, retíssimos em vontade, inigualáveis em perseverança e doutores em paciência. Assim são nossos Anjos da Guarda.
Há quem diga, todavia: “deixemos de ser caretas, fantasiosos e ingênuos, afinal, acreditar em anjos é o mesmo que acreditar em fada do dente”. O único problema que permeia tal analogia é o seguinte: não existe dogma que tipifique a existência dessa última.
Atenção: crer no mundo angélico (na existência de anjos gloriosos e anjos decaídos) não é uma opção – trata-se de verdade infalível! Deus quis – e quer – dar-nos a todos um ser angélico protetor.
Anjos da Guarda existem e nos defendem
Ora, é sabido pela autoridade das sagradas escrituras que “… o diabo rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar”, bem como pela força da santa teologia tradicional – e da própria demonologia – que existe, assim como no céu, uma hierarquia constituída por espíritos angélicos decaídos os quais visitam as almas na Terra com o intento de conduzi-las, pela via ordinária do pecado, à eterna danação.
Sendo assim, a julgar serem verdadeiras as astúcia e perfídia diabólicas e, similarmente, considerando a superioridade intelectual dos demônios em relação aos homens, como poderíamos, miseráveis filhos de Eva que somos, resistir-lhes? Como poderia uma ovelha livrar-se das ciliadas engenhosamente maquinadas por lobos impiedosos e famintos?
Está correto quem disse ser isso impossível. Nem mesmo um rebanho, em plena unidade, poderia vencer um único lobo sequer. Eis, portanto, a necessidade de pastores!
É evidente, temos os pastores visíveis, aqueles que, no sacerdócio – presbiteral e episcopal – dão-nos o alimento celeste, ou seja, a fé infalível e os santos sacramentos. Contudo, necessitamos pastores que estejam aptos a, na mesma natureza do inimigo, lutar contra ele em nossa defesa.
Diz-nos São Paulo, na carta aos efésios, “Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares.”
Anjos da Guarda existem e têm a missão de levar-nos para o céu
Portanto, se nossos inimigos são anjos, nossos amigos, também! Deus, em Sua infinita bondade, desejando nossa salvação mais do que queremos ser salvos, dá-nos santos pastores, pastores angélicos, também chamados de ‘anjos da guarda’. Nesse sentido, é importante observarmos que, cada ser humano – mesmo pagão – tem a seu lado um anjo protetor e, embora não saibamos seu nome, compreendemos sua missão: levar-nos para o céu.
Eis que eles estão convosco desde o momento da concepção, contemplando nossas terríveis misérias, nossos inescrupulosos atos de egoísmo, nossa hipocrisia, nossa impureza e, sobretudo, nossa sem- vergonhice. Apesar disso, amam-nos sobremaneira e querem-nos libertos do pecado.
Contudo, que recebem eles de nossa parte senão desprezo, ofensas e incredulidade? Consideremos, pois, dispor de novo tratamento para com nossos veneráveis amigos de natureza angélica, dando-lhes a importância devida, bem como a gratidão esperada.
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