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Por que a comunhão dos santos nem sempre apareceu no Credo?

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Julio De la Vega Hazas - publicado em 25/11/20
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A Aleteia responde à dúvida de uma leitora: “Por que o Credo de Niceia não inclui este dogma?”Tenho muita vontade de ver vocês falando da comunhão dos santos, algo que sempre foi uma motivação na minha vida. E agora eu lhes pergunto algo que ninguém soube me responder ainda: por que, no Credo ‘longo’, não se menciona a comunhão dos santos? Obrigada. (via Facebook)

Na liturgia, são usados dois “Símbolos da Fé” ou “Credos”, de emprego alternativo: o chamado “Símbolo Apostólico” (o mais curto dos dois) e o chamado “Símbolo Niceno-Constantinopolitano” (que alguns chamam apenas de “Niceno” para não precisar pronunciar uma palavra tão longa, e é o mais extenso).

No entanto, apesar de os dois serem utilizados como profissão de fé na Missa, eles têm origens diferentes, e não só de lugar. Respondem a necessidades diferentes. O Símbolo dos Apóstolos (que, na verdade, não é dos apóstolos) tem origem na diocese de Roma, nas catequeses. Esta versão apresentava aos catecúmenos um resumo simples, mas bastante completo da fé católica.

Já o Símbolo Niceno-Constantinopolitano procede de um concílio ecumênico, ou melhor, de dois: o de Niceia e o de Constantinopla, ambos do século IV.

Nesses concílios, buscou-se fundamentalmente definir a doutrina católica frente às heresias trinitárias, especialmente o arianismo, que não reconhecia o Filho como consubstancial ao Pai (Niceia), e o chamado macedonianismo, que fazia o mesmo com relação ao Espírito Santo (Constantinopla). O Símbolo da Fé era um resumo do que foi concluído e definido lá.

Por isso, refere-se à Trindade na maior parte da sua extensão, e no final também se refere a um par de coisas que alguns colocavam em dúvida naquela época. Só isso. Portanto, em sua origem, não pretendia ser um resumo da fé católica, nem um material catequético.

Este é o motivo pelo qual a comunhão dos santos tos unicamente no símbolo mais breve, e não no mais longo.

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