Bispo dos EUA revela depressão e católicos o aplaudem e lhe agradecem por compartilhar a sua experiência, incentivar os fiéis a buscarem ajuda e reforçar que é possível superar essa doença.
Trata-se de dom James Conley, bispo de Lincoln, em Nebraska, a quem o Conselho de Saúde Mental da National Catholic Partnership on Disability (NCPD) elogiou pela “completa franqueza em lidar com o transtorno mental”.
A NCPD, aliás, foi criada em 1982 para ajudar católicos com necessidades especiais, facilitando a sua participação na vida sacramental e paroquial. Já o seu Conselho de Saúde Mental foi formado em 2006 para, como Jesus, “acompanhar nossos irmãos e irmãs com doenças mentais e suas famílias, além de apoiar a comunidade católica com recursos e formação”.
Em nota veiculada nesta segunda, 23, a entidade declarou:
“Graças ao testemunho público de dom Conley, outras pessoas em cargos de liderança podem agora enfrentar melhor os seus desafios de bem-estar mental e recuperar-se, encontrando novas formas de serem ainda mais eficazes e comprometidos do que antes no seu ministério. Doença, afinal, é isso: doença, e não fraqueza de caráter”.
Dom James Conley tinha relatado no começo deste mês a sua experiência com a depressão e a ansiedade. Ele se sentiu muito atingido pelos casos de má conduta de vários padres católicos, bem como com o fechamento de algumas escolas e com a morte de um jovem sacerdote. Para lidar com a ansiedade decorrente desses casos, ele pediu o conselho do núncio, que lhe recomendou ajuda profissional. O bispo pediu então uma licença que acabou durando 11 meses. Nesse período, ele contou com o auxílio de médicos, psicólogos e um diretor espiritual. Recentemente, dom Conley retomou as funções na diocese de Lincoln.
Ao conversar com o grupo católico de mídia ACI, o bispo afirmou que quer encorajar outras pessoas a procurarem ajuda em caso de necessidades semelhantes, porque esses depoimentos conscientizam sobre a importância de compreender e tratar adequadamente a doença. O próprio dom Conley reconheceu que, no início, temia ser visto como fraco, mas, ao anunciar a sua licença com o objetivo de se tratar, recebeu apoio, agradecimento e elogio das pessoas por ter compartilhado a sua experiência.
Esses testemunhos, de fato, ajudam a superar os preconceitos que ainda persistem no tocante à depressão, porque as ideias erradas sobre a doença são o maior obstáculo para o seu tratamento.
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