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Natal é ternura

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Antoine Mekary | ALETEIA

Manuel Bru - publicado em 29/11/20

A maior ferida do nosso mundo não é o relativismo, mas sim a solidão

Em uma entrevista ao jornal “La Stampa”, o Papa Francisco nos disse que o Natal “nos fala da ternura e da esperança”, porque “Deus sempre abre as portas, não as fecha nunca”. Por isso, aconselha Francisco: “Não tenham medo da ternura”.

E o que acontece quando os cristãos se esquecem da esperança?, pergunta-se o Papa. “Quando os cristãos se esquecem da esperança e da ternura, tornam-se uma Igreja fria, que não sabe para onde ir e se refreia nas ideologias, nas atitudes mundanas. Enquanto a simplicidade de Deus te diz: segue em frente, eu sou um Pai que te acaricia. Tenho medo quando os cristãos perdem a esperança e a capacidade de abraçar e acariciar.”

O jornalista pergunta ao Papa sobre a relação entre o Natal e um mundo no qual também há muito sofrimento e miséria. A resposta de Francisco é nítida e impactante: “O que lemos nos Evangelhos é um anúncio de alegria. (…) Não se fazem considerações sobre o mundo injusto, sobre como Deus faz para nascer em um mundo assim. (…) O Natal não foi a denúncia da desigualdade social, da pobreza, mas sim um anúncio de alegria. Todo o resto são consequências que nós tiramos. Algumas certas, algumas menos certas, outras ainda ideologizadas. O Natal é alegria, alegria religiosa, alegria de Deus, interior, de luz e de paz”.

O que mais impressiona é como o Papa Francisco responde à pergunta sobre o sofrimento das crianças, algo que, para ele, é a pergunta religiosa por excelência: “Vem-me esta imagem: em um certo ponto da sua vida, a criança se ‘desperta’, não entende muitas coisas, se sente ameaçada, começa a fazer perguntas ao pai ou à mãe. É a idade dos ‘porquês'”.

E continua: “Mas, quando o filho pergunta, ele não ouve tudo o que você tem a dizer. Ele logo pressiona você com novos ‘porquês’. O que ele busca, mais do que a explicação, é o olhar do pai que dá segurança”.

“Diante de uma criança sofredora, a única oração que me vem é a oração do porquê. ‘Senhor, por quê?’. Ele não me explica nada. Mas eu sinto que Ele me olha. E assim eu posso dizer: ‘Tu sabes o porquê, eu não sei, e Tu não me o dizes. Mas Tu me olhas, e eu confio em Ti, Senhor, confio no teu olhar’.”

Este Papa está nos mostrando que a maior ferida do nosso mundo não é o relativismo, mas a solidão; e que, portanto, a crise que padecemos não é apenas uma crise de valores, mas uma crise de Deus.




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