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Bíblia infantil “adequada à perspectiva de gênero” é anunciada na Suécia

Bíblia infantil

Pazargic Liviu | Shutterstock

Francisco Vêneto - publicado em 14/12/20

Bispo luterano diz que a nova tradução reinterpretará, por exemplo, a ideia de que o homem tenha sido criado antes da mulher

Bíblia infantil “adequada à perspectiva de gênero” é anunciada pela Igreja Luterana da Suécia, conforme declarações do bispo Sören Dalevi, da diocese luterana de Karstad.

A tradução da Bíblia Sagrada para crianças adotará, segundo ele, uma “linguagem de diversidade e perspectiva de gênero”. Isto significa, por exemplo, uma reinterpretação da ideia de que o homem tenha sido criado antes da mulher, apesar de que o livro do Gênesis contenha esta narração em absolutamente todas as suas traduções pelo simples fato de que é isto o que está escrito no texto original.

Bíblia infantil “adequada à perspectiva de gênero”

Sören Dalevi declarou à rede local SVT:

“O ponto de partida foi fazer uma Bíblia infantil que não existia na Suécia fazia muito tempo. Ou seja, aquela que contém as histórias, os hinos, as orações mais famosas e o estilo de ilustração de livro infantil sueco, que é muito único”.

Livre interpretação

Já fazia parte da mentalidade protestante a ideia de que cada um pode fazer a sua livre interpretação da Bíblia. Esta iniciativa da Igreja Luterana da Suécia, porém, vai ainda mais longe na subjetivização: ela já interfere logo de saída na própria tradução do texto, direcionando as interpretações já aleatórias com base em critérios ideológicos da atualidade.

“Tradutori, traditori”

Existe em italiano o ditado popular “tradutori, traditori“, que quer dizer “tradutores, traidores“. É evidente que não se trata de uma constatação ao pé da letra, dado que, felizmente, existem traduções bastante cuidadosas de incontáveis obras de todos os tipos.

O que o ditado italiano quer dizer, porém, é que nenhuma tradução é perfeitamente fiel ao texto original e que sempre se perdem matizes na hora de se traduzir uma obra.

Se qualquer tradução já envolve naturalmente um considerável desafio para que se respeite ao máximo possível a fidelidade ao sentido original do texto, o que se pode esperar de uma tradução que já nasce enviesada pela tentativa de reinterpretar de maneira “politicamente correta” um texto intrinsecamente complexo como é a Sagrada Escritura judaico-cristã?

Caso se pretenda mesmo traduzir em vez de reinventar a Bíblia, este debate é não apenas válido, mas obrigatório.




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