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Novo contrato social com princípios maçônicos: a proposta de Michelle Bachelet

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Agência Brasil / Wikipédia (CC BY 3.0 br)

Francisco Vêneto - publicado em 15/12/20

"Precisamos de um novo contrato social com uma nova era", declarou a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos

Novo contrato social com princípios maçônicos: esta é a proposta de Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile e atualmente Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

A política chilena participou, neste 1º de dezembro, de uma conferência virtual organizada pela Grande Loja Maçônica do Chile por ocasião do 72º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Como participante, ela declarou que a pandemia de covid-19 requer “um novo contrato social” para abrir uma “nova era” que incorpore os “princípios maçônicos”:

“Nós também comentamos com o Secretário-Geral [das Nações Unidas, o português António Guterres] que precisamos de um novo contrato social com uma nova era. Porque o contrato social que temos até agora diríamos que ou está quebrado ou não está dando os resultados que todos esperam dele. Para isso, precisamos e contamos com um dos princípios maçônicos: a solidariedade, a fraternidade”.

Fraternidade é valor essencialmente cristão

A fraternidade é, de fato, um princípio adotado pela maçonaria, mas, antes e em essência, é um valor intrínseca e originalmente cristão. Nunca tinha havido, antes de Cristo, nenhuma concepção explícita de fraternidade entre os povos, porque não existia uma concepção explícita de filiação divina. Foi Jesus Cristo quem afirmou, para escândalo até dos líderes religiosos da época, que somos todos irmãos porque somos filhos do mesmo Pai Eterno. Até então, Deus não era visto como Pai, mas como Criador, Senhor e Juiz, ainda que misericordioso.

Vale recordar que o conceito cristão de fraternidade humana, decorrente do fato de sermos filhos do mesmo Pai, também já foi utilizado como slogan pelo movimento iluminista, de viés ateu ou pelo menos agnóstico, e pela furiosamente ateia e sangrenta Revolução Francesa. Neste caso, as aberrantes contradições são comparáveis à ironia com que George Orwell viria a resumir, muitos anos depois, a farsa pseudofraternalista do comunismo: “Somos todos iguais, mas alguns são mais iguais que outros“.

É compreensível que, num evento promovido pela Grande Loja Maçônica do Chile, Michelle Bachelet afirmasse que a fraternidade é um princípio maçônico. Mas não é um princípio original da maçonaria. Por que, então, não afirmar que “precisamos e contamos com princípios cristãos” para resgatar a coesão da humanidade?

Novo contrato social com princípios maçônicos

Michelle Bachelet prosseguiu, induzindo a uma visão globalista como suposta solução para uma mistura de questões e narrativas da atualidade:

“Quando começou a covid-19, eu disse: ‘Espero que esta pandemia tenha o mesmo efeito que a Segunda Guerra Mundial, que nos levou a tomar a decisão, como países, como humanidade, de que era essencial uma Declaração Universal dos Direitos Humanos’. Mas isso não aconteceu. Cada governante tem uma responsabilidade pelo seu país, mas também é uma falta de entendimento de que, diante das mudanças, diante dos desafios globais, não há respostas individuais que sejam suficientes; pode haver no momento, mas não são sustentáveis, muito menos uma pandemia. Mas isso também vale para outros temas tão graves e importantes como as mudanças climáticas, como a migração”.

Michelle Bachelet já tinha feito declarações anteriores sobre a sua relação com a maçonaria. Em 18 de outubro de 2014, também na Grande Loja do Chile, a então presidente do país afirmou:

“A cultura maçônica, como vocês sabem, é algo que eu conheço e seus valores também foram decisivos na minha formação. Os maçons foram os grandes aliados dos projetos de avanço para o nosso país, como o aperfeiçoamento das constituições, das instituições republicanas, sem dúvidas o avanço da educação pública e a separação entre os poderes do Estado e da Igreja”.



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Tags:
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