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O “novo normal” manipula nações pelo medo: a ousada homilia do cardeal Burke

Cardeal Raymond Burke

Abraxham03 / Wikipedia Commons (CC BY-SA 4.0)

Reportagem local - publicado em 16/12/20

"O misterioso vírus de Wuhan tem sido usado por certas forças para fazer avançar a sua agenda maligna"

O “novo normal” manipula nações pelo medo, afirmou o cardeal norte-americano Raymond Burke em uma ousada homilia pronunciada neste último 12 de dezembro, festa de Nossa Senhora de Guadalupe. Ele acrescentou sem panos quentes, num sermão que tem tido repercussão mundial via redes sociais: “O misterioso vírus de Wuhan tem sido usado por certas forças para fazer avançar a sua agenda maligna”.

Patrono da Ordem Soberana e Militar de Malta e fundador ele próprio de um santuário dedicado a Nossa Senhora de Guadalupe em La Crosse, nos Estados Unidos, o cardeal Burke denuncia essas forças que, a seu parecer, se unem nesta época numa aliança que ameaça as liberdades mais profundas do ser humano.

A seguir, reproduzimos na íntegra o texto da homilia.

*

O “novo normal” manipula nações pelo medo

Seja louvado Nosso Senhor Jesus Cristo!

Nós nos voltamos a Nossa Senhora de Guadalupe, no dia da sua festa, de coração angustiado e pesado. A nossa nação atravessa uma crise que ameaça o seu futuro livre e democrático. A difusão mundial do materialismo marxista, que já trouxe destruição e morte às vidas de tantas pessoas, e que ameaçou os fundamentos da nossa nação durante décadas, parece agora tomar o poder de governo sobre a nossa nação.

Para obter ganhos econômicos, nós, como nação, aceitamos tornar-nos dependentes do Partido Comunista Chinês, uma ideologia totalmente oposta aos alicerces cristãos sobre os quais as famílias e a nossa nação permanecem seguras e prosperam.

Falo dos Estados Unidos da América, mas é evidente que muitas outras nações estão passando por uma crise semelhante e alarmante.

Depois, há o misterioso vírus de Wuhan, sobre cuja natureza e prevenção os meios de comunicação nos fornecem, diariamente, informações contraditórias. O que está claro, porém, é que ele tem sido usado por certas forças, inimigas das famílias e da liberdade das nações, para fazer avançar a sua agenda maligna. Estas forças nos dizem que, agora, somos os sujeitos do chamado “Great Reset“, o “novo normal”, que nos é ditado pela sua manipulação dos cidadãos e das nações por meio da ignorância e do medo.

Agora, temos que encontrar numa doença e na sua prevenção a maneira de entender e dirigir a nossa vida, em vez de fazê-lo em Deus e no Seu plano para a nossa salvação. A resposta de muitos bispos e padres, e de muitos fiéis, manifestou uma lamentável falta de catequese sólida. Na Igreja, muitos parecem não compreender como Cristo continua a Sua obra salvadora em tempos de peste e de outros desastres.

Além disso, a nossa santa Mãe Igreja, a imaculada esposa de Cristo, na qual Cristo está sempre trabalhando para a nossa redenção eterna, é cercada por relatos de corrupção moral, especialmente em questões dos sexto e sétimo mandamentos, que parecem aumentar todos os dias. Na nossa própria nação, os relatos sobre Theodore McCarrick têm tentado muitos católicos devotos, e com razão, a questionar os pastores, que, segundo o plano de Cristo para a Igreja, devem ser os seus guias seguros, ensinando as verdades da fé, conduzindo-os à adoração e à oração a Deus e guiando-os por meio da disciplina perene da Igreja.

Muito frequentemente, os fiéis não recebem nenhuma resposta ou recebem uma resposta que não se baseia nas verdades imutáveis ​​a respeito da fé e da moral. Recebem respostas que parecem vir não de pastores, mas de administradores seculares.

A confusão a respeito do que a Igreja realmente ensina e exige de nós, de acordo com o seu ensinamento, gera divisões cada vez maiores dentro do Corpo de Cristo. Tudo isto paralisa a Igreja na sua missão de testemunho da verdade divina e do amor divino, num tempo em que o mundo nunca precisou tanto da Igreja como farol. Nas relações com o mundo, a Igreja deseja falsamente acomodar-se a ele em vez de chamá-lo à conversão, obedecendo à lei divina escrita em cada coração humano e revelada em plenitude na encarnação redentora de Deus Filho.

Estes graves problemas, é claro, apresentam um desafio descomunal para a vida cristã cotidiana. O impacto da crise no mundo e na Igreja é profundo para todos nós. Muitos estão suportando o sofrimento mais doloroso, físico, emocional e espiritual, que uma situação destas necessariamente causa.

Num momento em que precisamos estar próximos uns dos outros no amor cristão, as forças mundanas nos isolam e nos fazem acreditar que estamos sozinhos e dependentes de forças seculares, que nos tornarão escravos da sua agenda ímpia e assassina.

Sim, o nosso coração está compreensivelmente pesado, mas Cristo, por intercessão da sua Virgem Mãe, eleva o nosso coração ao Seu, renovando a nossa confiança n’Ele, que nos prometeu a salvação eterna na Igreja. Ele nunca será infiel às Suas promessas. Ele nunca nos abandonará. Não nos deixemos enganar pelas forças do mundo e por falsos profetas. Não abandonemos Cristo e não procuremos a nossa salvação em lugares onde ela nunca poderá ser encontrada.

Nunca nos esqueçamos das palavras com que Nossa Senhora se identificou na sua primeira aparição a São João Diego: “Sabe e entende: tu és o mais humilde dos meus filhos. Eu sou a Sempre Virgem Maria, Mãe do Deus Vivo por quem nós vivemos, do Criador de todas as coisas, Senhor do céu e da terra. Desejo que um templo seja construído aqui rapidamente; então poderei mostrar todo o meu amor, compaixão, socorro e proteção, porque eu sou a vossa Mãe piedosa e de todos os habitantes desta terra e de todos os outros que me amam, invocam e confiam em mim“.

Que o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, aqui, seja sempre um digno instrumento pelo qual o Imaculado Coração de Maria atraia a si os corações e os conduza ao glorioso e trespassado Coração de Jesus, à única fonte de cura e de força nesta vida e para a vida eterna.

Cardeal Raymond Leo Burke
12 de dezembro de 2020




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