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A cultura do cuidado é o percurso da paz, afirma o Papa Francisco

Papa Francisco

OSSERVATORE ROMANO | francescofilm.com

Francisco Vêneto - publicado em 18/12/20

A cultura do cuidado requer um processo educativo que "nasce na família, núcleo natural e fundamental da sociedade"

A cultura do cuidado é o percurso da paz, afirma o Papa Francisco na mensagem que preparou para o próximo 1º de janeiro, Dia Mundial da Paz. A mensagem foi divulgada nesta quinta-feira, 17.

Embora se dirija a todas as pessoas, ela atinge em especial os líderes das nações, das religiões e ​​das grandes organizações internacionais, devido ao seu potencial de impacto nos rumos da humanidade.

Alguns destaques da mensagem do Papa Francisco:

  • Ele faz votos de que a humanidade “progrida no caminho da fraternidade, da justiça e da paz entre as pessoas, as comunidades, os povos e os Estados”.
  • Ele recorda os afetados pela pandemia de covid-19: os que perderam familiares e pessoas amadas e também os que perderam o trabalho, assim como os profissionais da saúde “que se prodigalizaram e continuam a fazê-lo com grande fadiga e sacrifício, a ponto de alguns deles morrerem”.
  • Reflete sobre os episódios decorrentes da pandemia, que nos ensinam a “cuidar uns dos outros e da criação a fim de se construir uma sociedade alicerçada em relações de fraternidade”.
  • Propõe a “cultura do cuidado como percurso de paz”, visando erradicar a “cultura da indiferença, do descarte e do conflito, que hoje muitas vezes parece prevalecer”.
  • Deus Criador é a origem da vocação humana à cultura do cuidado, tanto próprio quanto dos outros: Deus “cuida das suas criaturas”.
  • Jesus encarna “o ápice da revelação do amor do Pai pela humanidade”: Ele transmite a cultura do cuidado aos Seus seguidores.
  • As obras de misericórdia, tanto espiritual quanto corporal, constituem a essência da caridade desde a Igreja primitiva.
  • A cultura do cuidado na Igreja se baseia na Doutrina Social da Igreja, que enfatiza: a dignidade da pessoa humana; a solidariedade com os necessitados, equilibrada com o princípio da subsidiariedade para fomentar a autonomia; a solicitude pelo bem comum; e a salvaguarda da criação.
  • No tocante à dignidade da pessoa, é crucial entender que se trata de todas as pessoas: “Toda pessoa humana é fim em si mesma e nunca um mero instrumento a ser avaliado apenas pela sua utilidade”.
  • A pessoa foi criada para viver em conjunto “na família, na comunidade, na sociedade, onde todos os membros são iguais em dignidade”.
  • É da dignidade humana que derivam os direitos humanos e também os deveres.
  • O cuidado do bem comum abrange “cada aspeto da vida social, política e econômica”; portanto, “os nossos projetos e esforços devem sempre levar em conta os efeitos sobre a família humana inteira, ponderando as suas consequências para o momento presente e para as gerações futuras”.
  • A solidariedade “exprime o amor pelo outro de maneira concreta, não como um sentimento vago, mas como ‘a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum’. Ela nos ajuda a ver o outro não como um dado estatístico, nem como meio a ser usado e depois descartado quando não for mais útil, mas sim como nosso próximo”.
  • Estes princípios são uma “bússola” para todos, em especial para as organizações e governos internacionais, veículos de comunicação, instituições educacionais, economistas e cientistas, para “dar um rumo comum e verdadeiramente humano ao processo de globalização”, permitindo “estimar o valor e a dignidade de cada pessoa, agir conjunta e solidariamente em prol do bem comum e aliviar quantos padecem por causa da pobreza, da doença, da escravidão, da discriminação e dos conflitos”, como “profetas e testemunhas da cultura do cuidado”.
  • A cultura do cuidado requer um processo educativo que “nasce na família, núcleo natural e fundamental da sociedade”, porque ali se aprende “a viver em relação e no respeito mútuo”. Por isso, a família “precisa ser colocada em condições de cumprir esta tarefa vital”.
  • As religiões e seus líderes podem desempenhar um “papel insubstituível na transmissão aos fiéis e à sociedade dos valores da solidariedade, do respeito pelas diferenças, do acolhimento e do cuidado dos irmãos mais frágeis”.
  • Não há paz sem a cultura do cuidado.
  • Maria é um exemplo para não cairmos “na tentação de nos desinteressarmos dos outros, especialmente dos mais frágeis”, nem na tentação de “desviar o olhar”.

trabalho em home office com bebê

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AmorDoutrina Social da IgrejaPapa FranciscoPazsolidariedade
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