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As tradições natalinas que surgiram na Idade Média

MEDIEVAL NATIVITY

National Library of Wales | CC0

John Burger - publicado em 28/12/20

Decorar a casa, preparar uma refeição especial e buscar práticas litúrgicas para comemorar o nascimento de Jesus são tradições bem antigas

Que tradições natalinas sua família costuma seguir? Que tipo de comida, decoração e práticas religiosas você segue ?

Provavelmente, algumas dessas tradições natalinas derivam de práticas que nasceram na Idade Média.

Em um artigo no site da Ancient History Encyclopedia, Mark Cartwright detalha algumas tradições medievais do Natal na Europa.

Agora, “medieval” é uma palavra muito geral. De fato, se você realmente quiser ser preciso, terá que determinar exatamente de que período e local está falando. Perdemos de vista o fato de que antes dos meios de comunicação modernos, os costumes se desenvolveram de maneira muito diferente de um lugar para outro.

Mas parte do que Cartwright, que parece estar discutindo sobre a Inglaterra medieval, escreve é ​​esclarecedor.

“Os feriados medievais eram uma chance de ter um descanso muito necessário do trabalho diário habitual e de se socializar em refeições familiares, onde o menu sombrio típico dos pobres era substituído por raridades como carne e peixe, e a mesa dos ricos era adornada com o exótico, como pavão assado”, explica Cartwright.

Além disso, ele ressalta que o Natal não era apenas um dia. Ao contrário: a festa costumava durar desde a véspera de Natal até a Epifania.

Decoração de casa

Foi na Idade Média, de fato, que as pessoas deram início à tradição natalina de decorar as casas. Os elementos naturais mais prováveis para fins de decoração seriam sempre-vivas, como azevinho, hera e folhas de louro. Da mesma forma, as igrejas usavam decorações semelhantes.

A refeição

Depois da igreja, é claro, a festa começava. Se seus ancestrais estivessem na aristocracia latifundiária, eles poderiam começar as festividades com uma sopa, caldo ou ensopado de carne.

Os ricos tinham a sorte de ter carne como seu próximo prato nos dias normais, como coelho, lebre e frango, por exemplo. Mas no Natal havia iguarias de carne, peixes (por exemplo, salmão, arenque e truta) e frutos do mar (por exemplo, enguias, ostras e caranguejo) apresentados aos convidados.

As carnes eram assadas no espeto sobre uma fogueira. Além das peças de boi e carneiro, havia vitela, veado, ganso, capão, leitão, pato, tarambola, cotovia e garça, só para citar alguns.

Um prato especial de Natal que os cozinheiros preparavam para impressionar os convidados incluía uma cabeça de javali em uma bandeja ou um cisne ou pavão assado em suas penas. Os molhos acrescentavam mais sabor a muitos pratos e, engrossados ​​com pão ralado, continham vinho ou vinagre, ervas e especiarias.

Por outro lado, a sobremesa era feita de cremes de frutas. Além disso, havia bolos, nozes, queijo e frutas luxuosas,  como laranjas, figos e tâmaras por exemplo.

“Havia também entremets – vários petiscos decorados com açúcar e mel – que eram servidos antes da sobremesa no Natal e em outras festas”, observa Cartwright.

Entre os camponeses, entretanto, não havia tanta fartura. Na verdade, esperava-se que os servos dessem um presente ao seu senhor no Natal. Os presentes eram pão, ovos e talvez até mesmo um galo valioso ou algumas galinhas, ressalta o autor.

Entretenimento

Uma outra tradição natalina entre os monges medievais, por exemplo, era fazer uma turnê com peças bíblicas em residências particulares.

“Da mesma forma, nas cidades, as guildas medievais organizam concursos públicos onde carroças percorriam as ruas carregando pessoas vestidas como personalidades da história de Natal da Bíblia, diz Cartwright. Trupes de artistas de pantomima mascarados conhecidos como mummers também saíram às ruas, acompanhados por bandas de músicos. Às vezes, chegando a mais de 100 foliões, eles se vestiam com fantasias bizarras como senhores, cardeais e cavaleiros, e até se aventuravam nas casas das pessoas para dançar e jogar dados. Recebendo comida e bebida em troca de seu entretenimento, os criadores costumavam encenar peças curtas com cenas de lendas conhecidas, como ‘São Jorge e o Dragão'”, explica Cartwright.

Ano-Novo

Toda a diversão e os jogos tinham que ficar de lado na hora de voltar ao trabalho. Mas as pessoas encontraram maneiras diferentes de voltar à velha rotina no ano-novo. Um truque bacana, por exemplo, era fazer uma corrida de arado ao nascer do sol na primeira segunda-feira após a Epifania. Assim, esse dia passou a ser conhecido como Segunda-feira do Arado.

“Havia outra tradição, talvez novamente para aliviar o fardo de retornar à labuta diária, em 7 de janeiro, também conhecido como Dia da Santa Ruta. Este dia era uma ocasião para ‘desgoverno’,  para ‘batalhas cômicas entre os sexos’, em que os homens ateavam fogo ao linho das mulheres e as mulheres garantiram que os homens ficassem encharcados”, explica o autor.

E, assim,  a vida voltava à rotina, pelo menos por mais algumas semanas, quando a terça-feira gorda seria o prenúncio do início da Quaresma.


FAMILY,CHRISTMAS

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