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Uma pandemia de abortos vendida como se fosse vacina

Militantes pró-aborto

© Corinne Simon/Ciric

Francisco Vêneto - publicado em 31/12/20

O aborto proposital vem matando, a cada ano, 45 vezes mais do que o coronavírus matou em 2020

Uma pandemia de abortos vendida como se fosse vacina. É o que se comprova com base em números autoexplicativos, recordados com objetividade por um editorial publicado neste mês de dezembro pelo jornal O São Paulo, da arquidiocese paulistana.

O texto parte do fato de que, desde o seu começo, a pandemia de covid-19 já matou mais de 1,8 milhão de pessoas segundo as estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS):

“O dado é, sem dúvida, lamentável – mas ele muda um pouco de figura se colocado em perspectiva com as outras causas de morte. Com efeito, a mesma OMS informa que no ano passado houve no mundo um total de 55,4 milhões de mortes – mas este número não contabiliza os bebês que foram mortos no ventre de suas mães. Aqui, sim, o número é assustador: segundo a OMS (e os mesmos dados são confirmados pelo Guttmacher Institute), entre 2015 e 2019, ocorreram, A CADA ANO, 73,3 milhões de abortos não espontâneos”.

O editorial comenta então a aprovação, na Argentina, de um projeto de lei que legaliza o aborto até a 14ª semana de gestação, um morticínio que “não deveria ser, numa sociedade sadia, nem sequer aventado como proposta”.

Uma pandemia de abortos

O texto do jornal arquidiocesano de São Paulo prossegue:

“Em média, o aborto vem matando, anualmente, 45 vezes mais do que o coronavírus matou neste ano. Se o compararmos com a cardiopatia isquêmica – que depois dele foi a maior causa de letalidade em 2019, com 8,9 milhões –, o aborto ainda mata oito vezes mais. E, mesmo que confrontado com todas as outras mortes juntas (55,4 milhões), o aborto as excede em quase 20 milhões”.

É, de fato, uma pandemia de abortos, mas vendida como se fosse vacina.

As narrativas ideológicas do ativismo pró-aborto, fantasiadas de ciência e sociologia, tentam alegar que o aborto é um direito, é uma questão de saúde pública, é uma solução para o estupro, é um remédio mágico para problemas dos quais o bebê não é a causa nem tem qualquer culpa. Assim, o bebê é sacrificado como se o seu sangue realmente sanasse os traumas, combatesse os estupros, melhorasse a saúde pública e fizesse a humanidade progredir no respeito aos direitos humanos – negando o primeiro deles, que é o de viver. As incoerências e contradições abundam sob a verborreia da militância, com sua manipulação de números, sua generalização de casuísticas e sua tergiversação do conceito de ciência.

O aborto, afinal, justamente por abortar a racionalidade, também aborta a própria biologia. Para driblar o fato de que um aborto é o extermínio de um ser humano em seu estágio inicial de desenvolvimento, é preciso mentir que um ser humano não é ainda um ser humano, mas só virá a sê-lo, num passe de mágica, a partir da semana x ou y, conforme o arbítrio dos políticos deste ou daquele país. Em nome da ciência, a ciência é reduzida a magia – nada mais natural quando se eleva o assassinato de um inocente a um direito humano.

“O maior destruidor da paz hoje”

O editorial de O São Paulo prossegue recordando que a Câmara dos Deputados da Argentina aprovou a descriminalização do livre extermínio de seres humanos em seu estágio inicial de desenvolvimento num dia 11 de dezembro:

“Neste mesmo dia do ano de 1979, dizia a Madre Teresa de Calcutá, em seu discurso ao receber o Prêmio Nobel da Paz, que ‘o maior destruidor da paz hoje é o aborto (…) Muitas pessoas estão muito preocupadas com as crianças na Índia, com as crianças na África, que morrem em grande número, talvez por desnutrição, por fome, e assim por diante – porém, milhões de crianças estão morrendo deliberadamente pela vontade da mãe, e este é o maior destruidor da paz hoje”.

Embora a citação emblemática seja de uma santa canonizada, o texto recorda:

“A condenação do aborto não é, fundamentalmente, uma discussão religiosa – como, aliás, gosta de lembrar o Papa Francisco. A questão, na verdade, é bastante simples: por acaso, é justo que um ser humano elimine a vida de outro, inocente, para resolver um problema? Não é necessário ser religioso para enxergar que não – por isso, o aborto não é uma questão religiosa, é uma questão humana”.

“Várias formas de controle de natalidade”

Ainda assim, o jornal da arquidiocese paulistana não deixa de reforçar que estamos em pleno tempo de Natal. E convida os cristãos:

“Podemos muito bem meditar sobre o tema a partir da encarnação do Menino Deus, que também um dia foi feto e nascituro. Quando Ele se encarnou no seio da Virgem Maria, ela pôs-se a caminho da casa de Santa Isabel, para auxiliar sua idosa e gestante parenta. No instante mesmo em que Isabel ouviu a saudação de Maria, ‘a criança estremeceu no seu seio’ (Lc 1,41) – ou seja, um feto (São João Batista) reconheceu a presença de outro (Jesus) e exultou de alegria. Meses depois, quando Cristo nasceu em Belém, o tirano Herodes ordenou a chacina indiscriminada de todos os bebês inocentes da cidade. Comentando o episódio em seu ‘A vida de Cristo‘, o Venerável Fulton Sheen lamentava, irônico: ‘Há várias formas de praticar o controle de natalidade…'”.

A pior de todas, certamente, é vender uma pandemia de abortos como se fosse vacina.




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