Denúncias contra dom Alberto, acusado de assédio e abuso sexual, estão sendo acompanhadas pela Arquidiocese de Belém, no Pará. Quatro ex-seminaristas acusaram o arcebispo dom Alberto Taveira de tê-los assediado sexualmente entre os anos de 2010 e 2014. Conforme veiculado neste domingo, 3 de janeiro, por reportagem da Rede Globo, os acusadores alegam que o arcebispo teria se aproveitado da própria autoridade para investidas sexuais que teriam ocorrido quando os jovens tinham entre 15 e 18 anos.
A Arquidiocese de Belém divulgou nota em que afirma ter a confiança de que a verdade prevalecerá. O comunicado pede que a comunidade continue rezando pela Igreja, “por intercessão da Santíssima Mãe de Deus, a Virgem Maria, para que não desanimemos diante das provações pelas quais estamos passando”.
Denúncias contra dom Alberto
Os ex-seminaristas denunciaram o arcebispo junto à Polícia Civil e ao Ministério Público (MP) em agosto de 2020.
Roberto Lauria, o advogado de dom Alberto, declarou que os denunciantes não são quatro pessoas isoladas, mas “um grupo de pessoas que têm um profundo recalque, um profundo sentimento de vingança por Dom Alberto” devido à sua “gestão austera”. Os ex-seminaristas, segundo o advogado, teriam sido afastados do seminário “por comportamento incompatível com a vida religiosa”.
Seminaristas manifestam apoio a dom Alberto
O Seminário São Pio X, que pertence à Arquidiocese de Belém, divulgou apoio a dom Alberto:
“Nós, seminaristas do Seminário Maior São Pio X da Arquidiocese de Belém, viemos a público, mais uma vez, manifestar todo nosso apoio ao nosso Arcebispo Dom Alberto Taveira Correa. Conhecemos nosso pastor e pai como este grande apóstolo das vocações, homem de vida ofertada a Deus e à Igreja, testemunho de fé e de amor à vocação. Movido por este amor, não mede esforços para nos ajudar a dar passos rumo ao Sacerdócio. Asseguramos nossas orações e estima pelo nosso arcebispo, na certeza de que a veracidade dos fatos pelos quais sofre calúnia e difamação venham à tona o quanto antes”.
Diversos depoimentos em favor de dom Alberto Taveira estão sendo divulgados na página “Eu Apoio Dom Alberto“, no Facebook.
Declarações do arcebispo
O próprio dom Alberto já tinha afirmado, em 5 de dezembro de 2020, que havia “acusações de imoralidade” contra ele e que estava “à disposição e aberto ao diálogo e ao entendimento”. Em vídeo, ele disse que recebeu com tristeza a notícia de que haviam sido abertos “procedimentos investigativos com graves acusações”, sem que tivesse sido “previamente questionado, ouvido ou tido qualquer oportunidade para esclarecer esses pretensos fatos postos nas acusações”. Ele também lamentou que os acusadores “tenham optado pela via escandalosa”, “visando causar danos irreparáveis à minha pessoa e provocar abalo na Santa Igreja”. Acrescentou que confia na justiça para o “esclarecimento dessas falsas imputações” e que “tudo está sendo acompanhado adequadamente pela Santa Sé”.
Em carta datada do mesmo dia para o clero da arquidiocese, dom Alberto comentou:
“Foram denúncias enviadas à Santa Sé, que provocaram uma Visita Apostólica, encerrada nesta semana. Foi instaurado um processo em curso junto às autoridades civis. A iminente divulgação em mídia nacional, ao que tudo indica, causará danos irreparáveis à minha pessoa e provocará um profundo abalo à Igreja”.
Outros casos relevantes
Os últimos anos presenciaram uma grande quantidade de denúncias contra clérigos católicos por abusos sexuais.
Houve casos em que os crimes tinham sido de fato perpetrados – e houve outros em que os acusados eram inocentes, mas chegaram, em várias ocasiões, a ser presos por crimes que não tinham cometido.
Por isso é crucial a objetividade e a imparcialidade de investigações profundas, que tragam a verdade à tona e façam justiça às vítimas – sejam elas vítimas de reais abusos sexuais, sejam elas vítimas de calúnias e difamações.
Reveja alguns casos tanto de acusações reais quanto de falsos testemunhos:
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