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Uma peregrinação às Sete Igrejas de Roma (parte 1)

POPE FRANCIS

Antoine Mekary | ALETEIA | I.Media

Bret Thoman, OFS - publicado em 07/01/21

A Basílica de São Pedro e São Paulo Fora dos Muros são as duas primeiras paradas nesta rota que remonta à Idade Média

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A cidade de Roma tem sido um importante destino de peregrinação. Desde o início do século 4, os cristãos têm vindo à Cidade Eterna por seu significado religioso incomparável. Somente Roma oferece a possibilidade de venerar os túmulos dos apóstolos Pedro e Paulo, os primeiros mártires cristãos nas catacumbas e inúmeros santos sepultados nas igrejas por toda a cidade. O status de Roma como a “Sé de Pedro” – a sede do papado – também oferece aos peregrinos a chance de encontrar o Papa, o Vigário de Cristo.

Famosas rotas de peregrinação

Na Idade Média, as famosas rotas de peregrinação que levavam a Roma – como a Via Francigena – fervilhavam de peregrinos e viajantes. Uma vez em Roma, os peregrinos permaneciam um tempo para devoção nas numerosas igrejas. Com o tempo, a peregrinação pela cidade se desenvolveu.

Conhecida como as “Sete Igrejas de Roma”, esta rota incluía as quatro basílicas principais: Basílica de São Pedro, São Paulo Fora dos Muros, São João de Latrão e Santa Maria Maior, bem como três basílicas menores: São Sebastião, Santa Cruz de Jerusalém (Santa Croce) e São Lourenço Fora dos Muros. Os peregrinos caminhariam procurando os obeliscos altos nas praças em frente às igrejas.

São Filipe Neri

No século 16, São Filipe Neri começou a percorrer o caminho inicialmente como uma devoção pessoal. Ele logo começou a atrair multidões, principalmente durante a Quaresma. Em cada igreja, ele dirigia orações e canções, e oferecia uma reflexão. Depois, serviam-se comidas e bebidas simples. O itinerário sagrado fornecia uma alternativa aos eventos ruidosos generalizados em Roma durante o carnaval.

Hoje, a rota ainda é popular durante a Quaresma, bem como na festa de São Filipe Neri. A rota – cerca de 20 quilômetros (13 milhas) – é a mesma dos séculos anteriores. No entanto, a paisagem urbana moderna de Roma alterou consideravelmente a dinâmica. Os obeliscos, que já foram as estruturas mais altas da cidade, hoje são obscurecidos por prédios de apartamentos do século XIX.

Como tal, embora a caminhada inteira ainda possa ser realizada em um dia, a maioria dos peregrinos modernos opta por modificá-la um pouco. Muitos preferem fazer isso em dois ou mais dias. Outros andam em partes dele e usam táxis ou transporte público para o restante.

Apesar das dificuldades do peregrino de hoje, o roteiro das Sete Igrejas de Roma apresenta inúmeras atrações – nos âmbitos espiritual, cultural e artística.

1. Basílica de São Pedro

O itinerário das Sete Igrejas de Roma começa na famosa Basílica de São Pedro na Cidade do Vaticano.

Embora não seja mencionado nas Escrituras, vários textos e tradições antigas referem-se a São Pedro sendo executado em Roma durante as perseguições ao imperador Nero em 64 DC. O local era um circo, ou pista de corrida, na colina do Vaticano, fora da cidade. A comunidade cristã local enterrou seu corpo em uma necrópole próxima, ou cemitério, e um santuário imperceptível foi erguido para marcar o local.

Quando o imperador Constantino legalizou o cristianismo em 313, ele ordenou que uma basílica maior fosse construída sobre o santuário ali existente. Durante a época do Renascimento, a basílica constantiniana foi nivelada e a atual igreja construída. Escavações arqueológicas realizadas no século 20 confirmaram a presença da tumba de Pedro, bem como a probabilidade de suas relíquias.

“Tu és Pedro”

Construída sobre o túmulo e os restos mortais de São Pedro, a igreja é um testamento das palavras de Cristo a São Pedro no Evangelho: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mateus 16, 18).

Os fiéis podem passar o tempo que quiserem no Vaticano e ainda assim não aproveitar tudo o que há para ver: os Museus e Jardins, o sítio arqueológico, as Tumbas dos Papas, uma subida ao topo da cúpula, e obras-primas artísticas para encher volumes de livros.

Os destaques imperdíveis no Vaticano incluem uma visita ao túmulo de Pedro, os Museus Vaticanos e os Jardins Vaticanos. Em São Pedro, os visitantes podem ver a Pietà de Michelangelo e os túmulos dos santos João Paulo II e João XXIII. Ao longo da basílica existem relíquias e estátuas de santos.

O ponto focal na nave principal é o altar principal sob a monumental abóbada de bronze de Bernini. Abaixo, há uma área recuada que exibe um relicário contendo o Pálio de São Pedro. Abaixo disso está o túmulo de São Pedro.

Veja a Galeria de Fotos:

2. Basílica de São Paulo Fora dos Muros

A segunda parada é no túmulo do companheiro de Pedro e outro santo padroeiro de Roma: a Basílica de São Paulo Fora dos Muros. A rota de seis quilômetros desce a Via della Conciliazione, serpenteia ao longo do rio Tibre, atravessa o famoso bairro de Trastevere em Roma, passa pela porta de San Paolo e depois pela antiga Pirâmide de Céstio e, finalmente, continua descendo a estrada histórica de Roma, a Via Ostiense, que uma vez levou ao antigo porto romano de Ostia. Lá o peregrino chega à Basílica de São Paulo Fora dos Muros.

São Paulo foi um grande evangelizador, o “apóstolo dos gentios”. De acordo com as Escrituras, Paulo foi levado a Roma acorrentado para responder às acusações de sedição (Atos 28 1-31). Embora não seja explicitamente declarado na Bíblia, as tradições e textos antigos referem-se ao seu martírio em Roma em 66 DC, também sob o reinado de Nero. Acredita-se que ele foi decapitado no local da atual Abadia de Tre Fontane, a cerca de três quilômetros de distância.

Uma das igrejas mais majestosas de Roma

A Basílica de São Paulo segue uma trajetória semelhante à de São Pedro. Quando Paulo foi executado, seus seguidores ergueram uma célula memorial indefinida (cella memoriae) sobre o local de sua tumba. No século 4, Constantino construiu uma basílica maior sobre o santuário.

A atual igreja foi construída em 1826 após a anterior ter sido destruída em um incêndio. Escavações arqueológicas recentes de fato confirmaram sua tumba sob o altar principal da basílica.

A Basílica de São Paulo é uma das igrejas mais majestosas de Roma. Por estar fora do centro da cidade, geralmente é menos lotada do que São Pedro e oferece um ambiente mais silencioso.

Na chegada, os visitantes são recebidos pelo impressionante pórtico coberto (ou nártex). À direita está a Porta Santa aberta apenas durante o Jubileu.

O interior apresenta uma nave grandiosa e espaçosa com quatro naves laterais. Destacam-se os retratos dos papas, os mosaicos, o pátio e a galeria de arte.

As 80 colunas e o teto decorado em madeira e estuque são igualmente impressionantes. Na abside há um mosaico de Cristo ladeado pelos apóstolos Pedro, Paulo, André e São Lucas.

No confessio, ou área recuada sob o altar-mor, está o túmulo de São Paulo. Ali estão as correntes que o teriam mantido preso. Estudos arqueológicos recentes confirmaram a descoberta da tumba.




Leia também:
As 11 fontes mais requintadas de Roma

As outras cinco igrejas do roteiro serão o tema da Parte II.

Tags:
História da IgrejaigrejasromaViagem
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