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Falsas notícias sobre o Papa Francisco espalharam que ele foi preso (!)

Papa Francisco

© ALBERTO PIZZOLI/AFP

Francisco Vêneto - publicado em 12/01/21

Como se não bastasse, as "fake news" também diziam que a prisão aconteceu durante um "apagão histórico" no Vaticano

Falsas notícias sobre o Papa Francisco espalharam que ele foi preso (!) no último domingo, 10 de janeiro, em plena Solenidade do Batismo do Senhor.

Conforme noticiado pela agência católica norte-americana CNA, boatos desencontrados circularam ao longo daquele dia por alguns blogs e começaram a ser espalhados por alguns perfis de redes sociais, principalmente nos Estados Unidos. Os boatos afirmavam que estaria acontecendo um “apagão histórico” no Vaticano e que, nesse contexto, o Papa Francisco teria sido preso pela polícia da Itália por conspiração nas eleições norte-americanas, além de fraudes e até tráfico de crianças. O suposto “apagão histórico”, aliás, teria sido provocado para tentar ocultar a ação policial. Ainda de acordo com as notícias falsas, o Papa estaria detido, à espera de interrogatório conjunto pela Interpol, polícia italiana e agentes federais dos Estados Unidos.

Obviamente, o Papa Francisco não está nem foi preso e não houve falta de energia elétrica no Vaticano durante o domingo.

Falsas notícias sobre o Papa Francisco

Que as mídias sociais são um veículo pródigo em impulsionar absurdos não é novidade alguma, inclusive a respeito do pontífice. Mas, desta vez, o nível do despropósito foi extraordinário.

Aparentemente, um dos “argumentos” para amparar a narrativa mentirosa sobre a suposta prisão do Papa foi a sua ausência na celebração de Solenidade do Batismo do Senhor, realizada na Capela Sistina. Trata-se de uma Santa Missa particularmente especial porque, nela, o Papa costuma batizar algumas crianças, em geral filhas de funcionários e colaboradores do próprio Vaticano.

De fato, o Papa Francisco não presidiu a Missa neste ano, mas não por ter sido preso e sim porque a celebração pública já tinha sido cancelada fazia quase uma semana devido à pandemia de covid-19. O anúncio oficial do cancelamento havia sido feito pela Sala de Imprensa da Santa Sé ainda no dia 5 de janeiro.

O Papa presidiu normalmente, porém, a oração do Ângelus, diretamente do Palácio Apostólico do Vaticano. Aliás, foi durante a sua alocução no Ângelus que o próprio Francisco recordou aos fiéis que, infelizmente, os batismos na Capela Sistina não puderam ser celebrados neste ano. Ele completou:

“No entanto, desejo assegurar as minhas orações pelas crianças que estavam inscritas e pelos seus pais, padrinhos e madrinhas, e estendo-as a todas as crianças que recebem o Batismo neste período. Recebem a identidade cristã, recebem a graça do perdão, da redenção. Deus abençoe a todos”.

“Apagão histórico”?

A respeito do suposto “apagão histórico”, o “argumento” alegado foi um vídeo gravado por uma câmera que está instalada de modo permanente na Praça de São Pedro. Essa câmera transmite imagens ao vivo, 24 horas por dia, num canal do Vatican Media no YouTube.

Em dado momento do domingo, a imagem transmitida por essa câmera escurece devido a uma subexposição. O mesmo vídeo continua mostrando, porém, que as luzes da Basílica de São Pedro não estão apagadas, embora pareçam mais tênues devido ao problema da própria câmera e não a um “apagão”. Aliás, o mesmo fato também aconteceu na transmissão ao vivo durante a noite de 10 para 11 de janeiro: a imagem permaneceu subexposta até quase escurecer, durante praticamente a noite toda.

Talvez apareça alguém dizendo que o Papa deveria ser preso por não trocar a câmera da praça…


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