"A migração é a prova mais evidente do grande fracasso das políticas públicas implementadas pelo governo", disseram os bispos venezuelanos
Bispos da Venezuela pedem coragem para “mudança radical na liderança” da nação, destacando que a mudança política exige “integridade, racionalidade e sentimento de amor à pátria” porque a Venezuela está sofrendo “as nefastas consequências de um modelo econômico imposto por um regime e uma ideologia comunista que empobreceu todos, especialmente os mais fracos”.
Diante deste cenário, a Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) chamou a “um ato de coragem” para promover a mudança, com uma transição democrática, legal e pacífica e respeitando os direitos humanos.
Ao tratar da “situação muito grave do país”, o episcopado declarou em exortação pastoral divulgada após o encerramento da sua 115ª Assembleia Plenária Ordinária:
“Acompanhando e interpretando o sentimento da maioria dos venezuelanos, mais uma vez insistimos que o país precisa de uma mudança radical na liderança política, que exige integridade, racionalidade e sentimento de amor à pátria para deter este mar de sofrimentos do povo venezuelano”.
Os bispos afirmam que as eleições parlamentares de 6 de dezembro foram marcadas por “graves irregularidades, pouco concorridas e não reconhecidas por um amplo setor internacional”.
Enfatizando que os resultados “não expressam a vontade do povo, nem refletem o pluralismo social”, eles acrescentam:
“É notório que se deteriorou a qualidade de vida, a educação, a saúde e os serviços básicos. Estamos sofrendo com uma inflação imparável e uma desvalorização que empobreceu toda a população”.
Os bispos citam o aumento da emigração, sinal de que “precariedade” e “situação extrema” que leva ao “risco de enfrentar o desconhecido”:
“Esta migração é a prova mais evidente do grande fracasso das políticas públicas implementadas pelo governo”.
Bispos da Venezuela pedem coragem
A este propósito, os bispos chegaram a defender o “direito de não emigrar”, já que, na prática, grande parte do povo da Venezuela está se vendo obrigada a abandonar a própria terra para tentar sobreviver no exterior.
O episcopado também denuncia que os defensores dos direitos humanos no país são “vítimas de perseguição e desqualificação violenta e opressora, de assédio e extorsão”.
Por fim, a CEV convida os católicos a se unirem num Dia Nacional de Oração em 2 de fevereiro, rogando a resolução pacífica dos conflitos do país. Para isto, eles recordam que está para acontecer em breve a beatificação do médico José Gregorio Hernández, considerado um exemplo de dedicação e serviço aos pobres.
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