Todo mundo conhece Beethoven, o compositor católico surdo. Mas você sabia que o inventor do braille também foi um músico brilhante e católico devoto?
Louis Braille nasceu na pequena cidade francesa de Coupvray. Aos três anos – tentando imitar seu pai – pegou um perfurador para fazer furos em um pedaço de couro. No entanto, ele pressionou a ferramenta com tanta força que o perfurador deslizou no couro, perfurando seu olho.
A criança sofreu terrivelmente com a infecção que atingiu os dois olhos. Consequentemente, Braille ficou completamente cego aos cinco anos.
Seu pai, então, esculpiu bengalas para ele e o ensinou a andar de forma independente. Os professores e padres de Coupvray, de fato, ficaram impressionados com a precocidade e perseverança de Braille, recomendando-o aos 13 anos para o Royal Institute for Blind Youth, uma das primeiras escolas para cegos em todo o mundo.
O início do sistema braille
Os alunos aprendiam a ler usando letras em relevo em um sistema criado por Haüy. No entanto, era um processo trabalhoso produzir os livros e a escola só tinha três exemplares. As crianças também não conseguiam escrever usando esse sistema. O pai de Braille, então, fez para ele um alfabeto de couro grosso, para que ele pudesse traçar as letras.
Aos 12 anos, Braille soube de um sistema de comunicação de pontos e traços impressos no papel, idealizado pelo capitão Charles Barbier para que os soldados divulgassem informações à noite, sem falar ou usar luz. Mas os militares rejeitaram o sistema por causa de sua complexidade.
Por três longos anos, Braille trabalhou assiduamente no desenvolvimento de um sistema semelhante e mais simples para os cegos, usando um perfurador, a mesma ferramenta que o cegou. Ele afirmou: “O acesso à comunicação no sentido mais amplo é o acesso ao conhecimento, e isso é de vital importância para nós, se nós [os cegos] não quisermos continuar sendo desprezados ou patrocinados por pessoas com visão condescendente. Não precisamos de pena, nem precisamos ser lembrados de que somos vulneráveis. Devemos ser tratados como iguais – e a comunicação é a maneira como isso pode ser realizado.”
Finalmente, após algumas revisões, o garoto criou um alfabeto para cegos. Ele o publicou cinco anos depois, expandindo-o para incluir símbolos geométricos e notação musical.
Paixão pela música
Louis tinha verdadeira paixão pela música, sendo um violoncelista e organista talentoso. Ele foi o organista da Igreja de Saint-Nicolas-des-Champs em Paris de 1834 a 1839 e, posteriormente, na Igreja de São Vicente de Paulo. Além disso, tocava órgão em igrejas por toda a França.
Quando Braille completou seus estudos, foi convidado a permanecer como auxiliar de professor. Ele foi nomeado professor aos 24 anos. Ensinou história, geometria e álgebra no Instituto durante a maior parte de sua vida.