A humilde história da estátua milagrosa de Nossa Senhora de Copacabana

O escultor foi rejeitado e ridicularizado antes que a sua estátua fosse aceita e consagrada para sempre

Neste mês será colocada nos Jardins do Vaticano uma réplica da imagem de Nossa Senhora de Copacabana, que se tornará, assim, a terceira estátua mariana da América do Sul a ter lugar de destaque por lá. As duas primeiras foram Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, e Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira do México e de todas as Américas.

Mas quem é Nossa Senhora de Copacabana?

Bom, nas suas origens ela não teve nada a ver com a mundialmente famosa praia do Rio de Janeiro. Pelo contrário: o bairro carioca de Copacabana é que foi batizado assim em homenagem a ela, embora muito pouca gente saiba disso até hoje.

Durante o século XVI, na cidade boliviana de Copacabana, um escultor nativo amador chamado Francisco Tito Yupanqui decidiu honrar a Santíssima Mãe de Deus com uma estátua. Ele trabalhou na peça durante quase um ano e criou o que pensou que fosse uma ótima imagem. Só que o pároco da igreja local não achou a mesma coisa – nem boa parte dos paroquianos. Na verdade, eles riram abertamente da obra do escultor.

Sentindo-se rejeitado, Francisco visitou uma localidade do país que era conhecida pelos seus grandes escultores. Lá estudou a arte e aprendeu os seus segredos, enquanto tentava replicar o que via. Passado o tempo, Francisco fez uma nova estátua de Nossa Senhora de Copacabana, agora considerada uma maravilha digna de ser contemplada. Os moradores da cidade ficaram especialmente felizes porque os traços físicos daquela imagem de Maria refletiam os deles próprios.

A estátua foi entronizada em uma igreja local em fevereiro de 1583, o que fez dela um dos primeiros santuários marianos das Américas. O povo da região não tardou a virar devoto da Virgem de Copacabana e a testemunhar milagres creditados à sua intercessão.

Até uma basílica foi dedicada à sua honra e, hoje, Nossa Senhora de Copacabana é venerada como a Padroeira da Bolívia e como uma das grandes devoções marianas da Igreja.