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Biden defende aborto e bispos dos EUA denunciam: “perturbador e trágico”

Biden defende aborto
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Francisco Vêneto - publicado em 26/01/21
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Episcopado recorda “morte violenta de mais de 62 milhões de nascituros” desde a legalização do aborto nos Estados Unidos, elogiada por BidenBiden defende aborto e bispos dos EUA denunciam: “perturbador e trágico”. As declarações do novo presidente norte-americano foram feitas neste último dia 22 de janeiro, aniversário da legalização dessa prática no país.

O comunicado presidencial afirmou:

“Nos últimos quatro anos, a saúde reprodutiva, incluindo o direito a escolher, esteve sob ataques extremos e impiedosos. Como o governo Biden-Harris começa num momento crítico, agora é a hora de nos dedicarmos novamente a garantir que todos os indivíduos tenham acesso aos cuidados de saúde de que precisam”.

Na linguagem adotada pelo ativismo pró-aborto, eufemismos como “saúde reprodutiva” e “cuidados de saúde” incluem rotineiramente o aborto como “questão de saúde pública” e como “direito”.

A declaração de Joe Biden e Kamala Harris vai ainda além dos eufemismos e acrescenta explicitamente:

“A administração Biden-Harris está comprometida em codificar a lei Roe versus Wade, assim como em nomear juízes que respeitem precedentes fundacionais como Roe”.

A lei mencionada é o célebre processo que, no início da década de 1970, culminou na legalização do aborto nos Estados Unidos.

Biden defende aborto e bispos dos EUA denunciam: “perturbador e trágico”

O arcebispo de Kansas City, dom Joseph Naumann, respondeu como diretor do Comitê de Atividades Pró-Vida da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB):

“Exortamos firmemente o presidente a rejeitar o aborto e a promover a ajuda em favor das mulheres e das comunidades necessitadas. É profundamente perturbador e trágico que um presidente elogie e se comprometa a codificar uma sentença da Suprema Corte que nega aos nascituros o seu direito civil mais básico, que é o direito à vida, sob o eufemismo de serviço de saúde”.

O episcopado norte-americano enfatizou que a legalização do aborto não representa nenhum “avanço nos direitos e na saúde das mulheres”. Além disso, dom Naumann desmascarou a incoerência de Joe Biden, que, mesmo apoiando escancaradamente o aborto, ainda se declara católico: o presidente democrata chegou a citar Santo Agostinho em seu discurso de posse, além de expor uma foto do Papa Francisco no Salão Oval da Casa Branca. O arcebispo afirmou:

“Aproveito esta oportunidade para recordar aos católicos o que o Catecismo estabelece: ‘Desde o século I, a Igreja afirmou a maldade moral de todo aborto provocado. Este ensinamento não mudou’. As autoridades públicas são responsáveis ​​não apenas pelas suas crenças pessoais, mas pelos efeitos dos seus atos públicos”.

Dom Naumann acrescentou:

“A sentença Roe elevou o aborto à categoria de direito protegido. A eliminação das restrições estatais preparou o caminho para a morte violenta de mais de 62 milhões de nascituros inocentes. Inúmeras mulheres experimentaram a dor da perda, do abandono e da violência”.

Não custa lembrar, também, que o Papa Francisco reiterou numerosas vezes, com todas as letras, que o aborto faz parte da “cultura do descarte” e é semelhante a “contratar um matador de aluguel para resolver um problema”.

Vale recordar, ainda, a enfática e explícita declaração dos bispos dos Estados Unidos a respeito do aborto em sua mensagem a Joe Biden por ocasião da sua tomada de posse como presidente do país:

“O aborto é um ataque direto à vida que também fere a mulher e enfraquece a família. Não é apenas um assunto privado: ele gera situações problemáticas em aspectos fundamentais como a fraternidade, a solidariedade e a inclusão na comunidade humana. É também uma questão de justiça social. Não podemos ignorar a realidade de que os índices de aborto são muito mais altos entre os pobres e as minorias e que esse procedimento é usado sistematicamente para eliminar crianças que nasceriam com deficiências”.

Confira mais sobre a declaração do episcopado:


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