Surto de covid atinge Abadia de Silos, na província espanhola de Burgos: o mosteiro beneditino é um dos mais conhecidos do mundo, principalmente devido à qualidade do canto gregoriano preservado pelos seus monges. A comunidade se tornou famosa internacionalmente na década de 1990 pelo pioneirismo em gravar CDs que ajudaram a popularizar o canto gregoriano em dezenas de países.
Além da música sacra, o mosteiro de Silos é reconhecido como uma das mais emblemáticas obras-primas da arquitetura românica, representando assim um dos inúmeros grandes tesouros da Espanha em termos culturais.
Existem referências à comunidade beneditina de Silos pelo menos desde o ano de 954, embora a abadia atual tenha sido construída “apenas” no século XI. Inaugurada em 1041, a construção está prestes, portanto, a completar 1.000 anos de história. A presença da comunidade na região, porém, é ainda mais antiga; aliás, o mosteiro anterior ao atual havia sido alvo dos muçulmanos que buscavam conquistar a Península Ibérica desde o século VIII.
Os monges de Silos têm uma história repleta de desafios. A composição atual da comunidade começou a se consolidar em dezembro de 1880, após um doloroso período de limitações e perseguições impostas pelo governo anticlerical de Mendizábal na Espanha. Em 1835, de fato, um decreto de exclaustração tinha obrigado a antiga comunidade monástica a se dispersar, interrompendo a vida comunitária beneditina em Silos durante nada menos que 45 anos.
Após a restauração e o recomeço em 1880, a comunidade de Silos experimentou um novo florescimento, com poderosas contribuições à espiritualidade e à cultura cristã e com expansão a outras regiões mediante a fundação de novos mosteiros na Espanha, no México e na Argentina.
O coronavírus, agora, é o novo desafio que esta milenar e resiliente comunidade terá de enfrentar e vencer.
Surto de covid atinge Abadia de Silos
Após vários monges contraírem o coronavírus, a abadia divulgou recentemente o seguinte comunicado sobre o que descreve como “situação delicada”:
“Vários membros da nossa comunidade tiveram resultados positivos para covid-19. A situação é delicada. Estamos muito gratos pela dedicação dos profissionais de saúde, assim como pelas numerosas manifestações de apoio e carinho. Apesar de não podermos nos reunir para celebrar juntos a oração cantada, como é típico da nossa vocação monástica, nós permanecemos unidos na oração individual e na esperança cristã, confiando a Deus os nossos irmãos doentes e aqueles que sofrem as consequências desta terrível pandemia”.
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