Bispo reage criticando a "civilização bárbara da morte"
“Digamos ousadamente ‘NÃO’ à civilização bárbara da morte”, tuitou um bispo polonês na terça-feira, após saber que um conterrâneo estava morrendo de fome e desidratação em um hospital britânico.
O arcebispo Stanisław Gądecki de Poznan, presidente da Conferência dos Bispos Católicos da Polônia, expressou sua tristeza pela morte na terça-feira de um homem de meia-idade conhecido como R.S. em documentos judiciais.
Pedido negado
Gądecki, no início deste mês, escreveu à conferência dos bispos católicos da Inglaterra e do País de Gales, pedindo intervenção no caso. Os bispos poloneses e autoridades civis estavam prontos para transportar R.S. para a Polônia, para que ele recebesse cuidados lá.
A carta do arcebispo Gądecki levou dois importantes bispos britânicos a apelarem ao Secretário de Estado Britânico para Saúde e Assistência Social.
Mas nenhuma ação parece ter sido tomada. A Agência de Imprensa polonesa informou na terça-feira que familiares confirmaram a morte de R.S. em 26 de janeiro, algum tempo depois que o hospital suspendeu a nutrição e hidratação assistida.
Coma
No início de novembro, R.S. teve um ataque cardíaco em sua casa no sul da Inglaterra e seu cérebro ficou privado de oxigênio por pelo menos 45 minutos. Ele estava em coma desde então.
Os especialistas disseram à família do homem que sua condição nunca melhoraria significativamente e que o tratamento de suporte vital deveria ser encerrado. Sua esposa concordou e disse a um juiz que seu marido havia falado em não querer ser um “fardo”. A mãe e as irmãs do homem discordaram, dizendo que, por causa de suas crenças católicas, ele não gostaria que sua vida terminasse em um contexto em que pudesse ser salva.
Decisão
Um juiz de Londres ficou do lado da esposa do homem por quase 20 anos, argumentando que ela conhecia melhor o que ele pensava. Ele determinou que é do interesse de R.S. não receber tratamento de suporte de vida, incluindo ventilação artificial, nutrição e líquidos.
O Tribunal recusou o pedido da família de apelar ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos, relatou o Tablet.
Em sua carta ao Secretário de Estado britânico, os Bispos John Sherrington, um funcionário da Conferência Episcopal da Inglaterra e País de Gales, e Mark O’Toole, bispo de Plymouth, onde R.S. vivia, expressaram sua oposição à decisão sobre o caso.
“A Igreja Católica continua a se opor à definição de nutrição e hidratação assistida como tratamento médico, que agora se tornou a base das decisões médicas e legais para retirar a nutrição e hidratação assistida dos pacientes”, escreveram os bispos.
“Fornecer comida e água a pacientes muito enfermos, mesmo por meios assistidos, é um nível básico de atendimento. Esse cuidado deve ser dado sempre que possível, a menos que seja clinicamente indicado como sendo excessivamente oneroso ou falhando em atingir seu propósito. Os recentes processos judiciais relativos ao paciente Sr. R.S., aos cuidados do University Hospitals Plymouth NHS Trust, mostraram o nível de controvérsia em torno desta definição, pois os juízes foram chamados para tomar decisões no ‘melhor interesse’ do paciente.”

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