Rezemos para que inúmeras bênçãos de Deus sejam derramadas a todos os jovens, para que o ardor missionário, ao qual são chamados pela Igreja a viver nesta Jornada Mundial da Juventude, não tarde
Com alegria, toda a Igreja recebeu, na quarta-feira, dia 27 de janeiro de 2021, o hino oficial da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023. Há dois anos, o papa escolheu como tema da jornada “Maria levantou-se e partiu apressadamente”, em alusão à passagem do evangelho de Lucas que narra o segundo mistério gozoso: a visitação da Virgem Maria à Santa Isabel (cf. Lc 1,39-45). Após um concurso, a canção com o título “Há pressa no ar”, feita pelo Padre João Paulo Vaz e o músico Pedro Ferreira, foi a grande condecorada para esse momento único de celebração de toda a juventude católica. O que poderíamos refletir sobre essa “pressa” à qual a Igreja convida todos os jovens?
Quando abrimos as portas do nosso coração a Cristo, somos, dia após dia, convidados a ouvir a voz de Deus que fala no mais íntimo do nosso ser. Vai nos dizer Deus: “Meu filho! Dá-me teu coração. Que teus olhos observem meus caminhos” (Pv 23,26). Na medida em que entregamos nosso coração a Deus, ele vai nos transformando, nos abrasando o peito com o fogo do Seu amor, a ponto de, em fase avançada de santificação, não sermos nós quem falamos, mas, sim, o Cristo que fala em nós, tal como nos ensinou São Paulo (cf. Gl 2,20). Como resposta coerente ao Amor de Deus, queremos que todos experimentem esse mesmo Amor, que nos transformou, que nos dignificou e deu pleno sentido à nossa vida. E quanto mais rápido, melhor, pois um segundo sequer sem viver na presença de Deus é uma eternidade de graças que se perde! Nesse sentido, temos pressa de conversão, temos pressa em sermos ouvidos, temos pressa em fazermos nossa voz retumbar aos quatro cantos da terra.
Hino
Partindo do hino, ele vai nos falar: “Jesus vive e não nos deixa sós: não mais deixaremos de amar”. Essa é a experiência da união com Deus; a certeza de que não caminhamos nesse mundo a sós, mas estamos amparados por um Deus concreto, que está vivo, que nos ama e faz com que amemos a tudo e a todos com um amor não humano, mas, sim, divino. Completa ainda o hino: “Todos vão ouvir a nossa voz, levantemos os braços, há pressa no ar”. Tendo a experiência de evangelização de São Paulo na história da Igreja, que por meio dos “braços levantados” – atitude de oração – levou o Evangelho até mesmo à Europa (terra longínqua à época), o hino é feliz em dizer que, por essa mesma atitude, também nós podemos fazer a nossa voz ser ouvida por todos. E como o mundo atual tem necessidade desse anúncio! Quanto são os que se perdem por não conhecerem a verdadeira fé.
“Com Maria ensaiamos um sim. Queremos servir, fazer a vontade do Pai”, diz-nos ainda o hino. Quem professa a fé sabe que, se temos qualquer dúvida de como fazer a vontade do Pai, essa resposta nos vem pela vida da Virgem Maria. Vai nos dizer São Luís Maria Grignion de Montfort que “Deus Pai fez um conjunto de todas as águas, o qual chamou de mar; fez um conjunto de todas as graças, ao qual chamou de Maria (cf. Tratado da verdadeira devoção à Virgem Maria, parágrafo 23). A graça superabundante de Deus fez com que ela sempre tivesse pressa em acolher a todos, de modo que foi às pressas acolher Santa Isabel quando esta precisava de seu auxílio. Do mesmo modo, somos nós também chamados, pela graça que Deus coloca em nós, a acolher com pressa a todos os que precisam de nossa presença e auxílio.
Rezemos para que inúmeras bênçãos de Deus sejam derramadas a todos os jovens, para que o ardor missionário, ao qual são chamados pela Igreja a viver nesta Jornada Mundial da Juventude, não tarde. Deste modo, também às pressas, poderão viver e testemunhar o Reino dos Céus, que a todos é disponibilizado.
Leia também:
URGENTE: Vaticano adia Jornada Mundial da Juventude em Lisboa para 2023
Festividade do dia
