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Os 2 motores que alimentam o amor conjugal a longo prazo

Happy - Couple - Middle Age

© Jack Frog

Theresa Civantos Barber - publicado em 03/02/21

O amor pode mudar com o tempo, e os casais precisam se preparar para isso

Em minha prática de aconselhamento, discuto muito sobre o amor conjugal. Em anos de experiência, ouvi testemunhos de cônjuges para os quais a centelha da paixão inicial vai se apagando com o passar do tempo. Isso porque é difícil encontrar tempo um para o outro na rotina diária e na necessidade de sustentar financeiramente a família, a educação dos filhos, doenças e outros altos e baixos da vida.

A paixão com que um casal iniciou seu relacionamento não se transformou em um amor conjugal mais maduro. Assim, muitos pensam, erroneamente, que não se amam mais ou que se amam menos. A verdade é que estão prestes a aprender a amar mais.

Como aprender a amar

Convido os casais a comparar o amor conjugal a um avião feito para voar com dois motores. Um motor é primário e o outro é secundário, mas ambos são necessários para decolar e voar, especialmente em turbulência.

O motor auxiliar: paixão

Paixão é a atração física e romântica baseada em atributos como juventude, beleza física, talentos, caráter e temperamento, por exemplo.

Já a natureza do amor conjugal é tal que reúne todos os aspectos bioquímicos da atração, como testosterona, estrogênio, serotonina e outros hormônios que afetam a paixão.

Analogamente, o avião não pode voar somente com este motor. Acabaria reduzindo o amor aos seus aspectos sensuais e emocionais, levando ao egoísmo, que não resistiria aos altos e baixos da turbulência.

No entanto, é um motor muito necessário, porque no amor conjugal é preciso que o coração sinta-se vivo para ser movido. Mas ele pode quebrar, mesmo se não quisermos. Pode até desligar completamente, afetado por testes físicos ou emocionais / psicológicos. Entretanto, este motor pode ser reiniciado.

O motor principal: vontade

Este motor não desliga sem o nosso consentimento. Por si só, ele pode manter o avião voando, mesmo sem o motor auxiliar. É o amor da entrega que consiste na vontade recíproca de querer o que é bom para o outro.

Com este amor, não nos amamos mais com base tanto na atração, mas em quem somos de fato. Amamos nosso cônjuge, não mais por seus aspectos físicos, mas pelo âmago de sua pessoa incomparável e insubstituível.

Um exemplo muito claro deste amor sublime é quando, após um grave acidente, um dos cônjuges fica com o rosto permanentemente desfigurado. No entanto, o cônjuge não o trata de maneira diferente. A profundidade espiritual de seu amor é mais poderosa do que um sentimento natural de repugnância.

A plenitude e a integração do amor conjugal

Quando voamos com os dois motores em nossos casamentos, podemos dizer que é um amor pleno e integrado. Toda a nossa bioquímica, paixão e sentimentos, bem como compreensão e vontade, trabalham juntos para o bem de nossa união e do nosso amor conjugal.

Às vezes, devido às exigências das circunstâncias, o avião voa apenas com o motor da vontade. Este é um amor integrado e maduro.

Mas quando ele tenta voar apenas com o motor auxiliar, é um amor incompleto. Isso coloca o avião em perigo, porque ele irá falhar diante das dificuldades.

Querer continuar amando

A integração é uma característica dinâmica do amor conjugal. Essa capacidade se manifesta no “querer continuar amando”.

Nesse caso, o amor verdadeiro se manifesta como altruísta, abnegado, respeitoso e livre. Estabelece uma ordem em aspectos que têm diferentes graus de prioridade e importância, de acordo com as circunstâncias e os ciclos da vida.

Desenvolver a capacidade de integrar o amor, a partir do desejo de manter o amor vivo nos casamentos jovens e maduros, é a melhor forma de ser feliz. Reacende a chama do amor romântico e o desejo e a capacidade de intimidade física.

Por exemplo: se os cônjuges idosos terminam o vôo de sua vida juntos apenas com o motor primário, eles atingem a plenitude de seu amor.

Em ambos os casos, é a verdadeira forma de amor conjugal. O amor duradouro não acaba sendo integral e integrado apenas porque é racional e envolve a vontade, mas porque é verdadeiro!


ECUADOR

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Tags:
CasamentoFamília
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