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Ou somos irmãos ou nos destruímos, alerta o Papa Francisco

Papa Francisco

Antoine Mekary | ALETEIA

Reportagem local - publicado em 08/02/21

"Não é preciso haver guerra para fazer inimigos: basta o desprezo", disse o Papa

Ou somos irmãos ou nos destruímos, alertou o Papa Francisco durante a sua participação no encontro virtual organizado na última quinta-feira, 4, a partir de Abu Dhabi, para marcar o primeiro Dia Internacional da Fraternidade Humana.

Trata-se de uma data que a ONU determinou para o dia 4 de fevereiro, a mesma em que, no ano de 2019, o Papa assinou um documento conjunto com o grande imã da Universidade Al-Azhar para também fomentar a fraternidade entre os povos.

Francisco declarou:

“A fraternidade hoje é a nova fronteira da humanidade. Ou somos irmãos ou nos destruímos uns aos outros. Hoje não há tempo para a indiferença. Não podemos lavar as mãos com a distância, com a indiferença, com o desprezo. Ou somos irmãos, ou tudo desmorona. É a fronteira sobre a qual devemos construir, é o desafio do nosso século, é o desafio dos nossos tempos”.

Ou somos irmãos ou nos destruímos

O Papa acrescentou:

“Fraternidade quer dizer mão estendida, quer dizer respeito, quer dizer escutar de coração aberto e com firmeza nas próprias convicções. Somos irmãos, nascidos de um mesmo Pai. Com diferentes culturas e tradições, mas todos irmãos. E, respeitando as nossas diferentes culturas e tradições, as nossas diferentes cidadanias, devemos construir esta fraternidade sem negociá-la”.

Prosseguindo, ele alertou sobre o desprezo como inimizade:

“Um mundo sem irmãos é um mundo de inimigos. O desprezo é uma forma muito sutil de inimizade. Não é preciso haver guerra para fazer inimigos: basta o desprezo. Basta olhar para o outro lado e prescindir do outro, como se ele não existisse”.

Superando feridas

Junto com Francisco, também participaram do evento Ahmad Al-Tayyeb, grande imã de Al-Azhar; o juiz Mohamed Mahmoud Abdel Salam, secretário geral da Comissão para a Fraternidade Humana; António Guterres, secretário geral da ONU, e Latifa Ibn Ziaten, mãe marroquina que teve um filho assassinado por terroristas e, desde então, se dedica a sensibilizar crianças e jovens em favor da paz.

O depoimento de Latifa, aliás, foi um dos destaques do evento:

“Uma mãe profundamente ferida pela morte de um filho nunca ficará curada, mas é preciso romper a barreira dessa ferida e, apesar de perder um filho, sou agora mãe de muitos outros”.

O Papa Francisco agradeceu a Latifa por suas palavras, que, segundo ele, “não foram ditas de ouvido, nem convencionalmente, mas ditas por convicção, uma convicção plasmada na dor, através das suas feridas”.

Ele ainda comentou:

“Por meio da dor de perder um filho, e só uma mãe sabe o que é perder um filho, ela consegue dizer ‘Somos todos irmãos’ e semear palavras de amor. Obrigado por ser mãe do seu filho, de tantos meninos e meninas; por ser hoje a mãe desta humanidade que a escuta e aprende com você: ou o caminho da fraternidade, ou perdemos tudo”.

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