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Etiópia: situação alarmante no norte, com relatos de centenas de mortos

ETIOPIA

Martchan|Shutterstock

Fundação AIS - publicado em 09/02/21

Há quase três semanas que a região está totalmente isolada do resto do mundo, sem internet ou telefone, as notícias que chegam dos que puderam visitar a área são dramáticas

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“A situação no norte da Etiópia é alarmante”, diz Regina Lynch, directora de projetos da Fundação AIS a nível internacional. “A comunicação é muito precária e há quase três semanas que a região está totalmente isolada do resto do mundo, sem internet ou telefone”, diz ainda a responsável, acrescentando que “as notícias” que chegam dos que puderam visitar a área “são terríveis”. Lynch refere-se à região de Tigray, situada na zona mais setentrional da Etiópia cuja capital é Mekele.

Conflito

“Centenas de cidadãos estão a ser mortos nos conflitos na região de Tigray. Ninguém sabe ao certo o número de mortos, mas disseram-nos que há padres e líderes da igreja entre eles. Lojas, escolas, igrejas e conventos foram roubados e destruídos. Milhares de pessoas fugiram das suas casas. Muitos atravessaram a fronteira para o Sudão, mas outros procuraram refúgio em áreas remotas, nas montanhas, sem água ou acesso a comida”, confirma Regina Lynch. Na região de Tigray, que faz fronteira com a Eritreia e o Sudão, cerca de 95% da população é Cristã e pertence à Igreja Ortodoxa Copta Etíope.

Nas últimas semanas foram veiculadas notícias do assassinato de mais de sete centenas de pessoas num ataque, que teria ocorrido em Novembro do ano passado, à Igreja Ortodoxa de Santa Maria de Sião (Maryam Tsiyon) em Aksum, local onde, segundo a tradição, poderá estar a Arca da Aliança.

A diretora de projectos da Fundação AIS não conseguiu confirmar estes dados, que, a serem verdadeiros, configuram um “verdadeiro massacre”.

Neste momento é praticamente impossível viajar para a região e as comunicações são muito difíceis. No entanto, Regina Lynch afirma que a Fundação AIS recebeu “a confirmação de uma série de mortes e ataques a pessoas inocentes em muitas partes da região e também na zona de Aksum”. “A população está aterrorizada”, sublinha esta responsável. Aliás, de acordo com informações recebidas pela Ajuda à Igreja que Sofre, poderia, em Dezembro, ter havido outro massacre com mais de uma centena de vítimas na igreja de Maryam Dengelat.

Origem da violência

Esta violência não tem por base conflitos de ordem religiosa mas sim política. As eleições legislativas que deveriam ter ocorrido no final de Agosto do ano passado foram adiadas por causa da pandemia do coronavírus, mas, na região de Tigray, o partido nacionalista Frente Popular para a Libertação de Tigray (PFLT), organizou sem autorização do governo central uma consulta popular, o que motivou uma crise política que levou à intervenção dos militares.

Depois de Abiy Ahmed, o primeiro-ministro etíope, ter enviado em Novembro de 2020 tropas federais em reforço das estruturas do exército na luta contra elementos desta força nacionalista do PFLT, os combates generalizaram-se.

Esta situação foi confirmada pela Fundação AIS por uma fonte local que tem de permanecer anónima por questões de segurança. “O problema é que as tropas da Eritreia estão envolvidas desde o início. O governo negou, mas aqueles que estão a matar no leste e no noroeste de Tigray são as tropas eritreias”.

Segundo esta fonte contactada pela Fundação AIS, “é quase impossível comprovar os números, mas recebemos informações de pessoas mortas pelas tropas eritreias em Irob, em Zalambassa e em Sebeya. Também ouvi falar de dezenas de pessoas, incluindo padres, mortas numa igreja em Gietelo, Gulemakada.”

Para Regina Lynch, esta é “uma situação terrível”, e é necessário auxiliar estas populações apesar da dificuldade de se conseguir chegar a uma região que se encontra tão isolada. “Este é um problema político, mas aqueles que estão a pagar com a vida são os cidadãos e os civis. Esta é uma situação terrível. O sofrimento de tantas pessoas deve ser aliviado, e o conforto deve ser dado aos nossos irmãos e irmãs cristãos que estão isolados do mundo numa situação de angústia, ameaçados pela violência e pelo terror”, acrescenta a diretora de projetos da Fundação AIS.


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