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Big Brother Brasil: a contundente crítica do Padre Léo, 16 anos depois

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Shutterstock | Photobank gallery

Reportagem local - publicado em 15/02/21

"Eu preciso de muito dinheiro pra ser feliz. E, para conseguir muito dinheiro, eu preciso fazer o quê? Eliminar as pessoas"

Big Brother Brasil, o programa que a TV Globo produz e transmite há duas décadas, foi assunto de uma contundente catequese do Padre Léo no ano de 2004, quando o “reality show” estava em sua quarta edição.

O Padre Léo Tarcísio Gonçalves teve seu processo de beatificação oficialmente aberto pelo Vaticano em março de 2020. Fundador da Comunidade Bethânia e muito reconhecido pelas suas pregações, o sacerdote brasileiro reunia multidões por onde passava. Após uma trajetória de sofrimento e superação, ele partiu desta vida em 2007, aos 45 anos, vítima de infecção generalizada em decorrência de um câncer.

Acompanhe a seguir a transcrição de um trecho do áudio desta sua pregação de 2004, conforme disponível em vários vídeos que você encontra no YouTube:

Big Brother Brasil: a contundente crítica do Padre Léo, 16 anos depois

A maior catequese demoníaca contrária à família. Se você quer uma catequese do demônio, para descobrir tudo que o demônio tem a ensinar às famílias para que elas se destruam – e aí o lobo entra lá com facilidade -, chama-se Big Brother. Aí você tem uma aula completa. E é terrível! Hoje faz uma semana que eu li na Folha de São Paulo que o Big Brother, criado pela Endemol… Olha o nome da empresa: Endemol… O Big Brother já passou em 27 países do mundo. Na Espanha, por exemplo, já chegou na quinta edição. No Brasil está na quarta. Ele já foi assistido por 2 bilhões de telespectadores no mundo. E, como eles estão espalhados no mundo inteiro, criaram então o Big Brother árabe, muçulmano, pra passar em vários países da Arábia. O programa foi feito nos Emirados Árabes. Os doze participantes, um de cada país, pegando toda a região árabe, toda a região muçulmana. E tomaram os cuidados, lá. Por exemplo: o quarto das moças separado do quarto dos rapazes. Os rapazes não podiam entrar no quarto das moças e as moças não podiam entrar no quarto dos rapazes, como é a lei muçulmana. As moças podiam ficar com a veste até o pé, como elas usam, inclusive uma delas, dizia o jornal, o tempo todo estava com aquela veste. Eles tinham, dentro da casa do Big Brother, um quarto especial para oração, que o muçulmano tem que rezar três vezes por dia. Portanto, eles tomaram muitos cuidados! Estreou, foi ao ar e… saiu do ar dois dias depois! Porque a população de 12 países muçulmanos disse: ‘Nós não queremos isso em nossa casa’. Lá na Arábia. Agora, sabe o que deixa a gente envergonhado? Nos países que já fizeram a terceira, a quarta, a quinta edição, a maioria da população se diz católica. Não é uma vergonha? A própria Folha de São Paulo dizia que, há três semanas atrás, quando tinha a eliminatória do Big Brother, tiveram a alegria de ter 11 milhões de telefonemas. Onze milhões de telefonemas! Com exceção do Estado de São Paulo e de Minas, nenhum outro Estado do Brasil tem uma população tão grande. Onze milhões? Pra quê, gente? Pra eliminar alguém! Qual é a grande catequese que ensina o Big Brother? Que você, pra ganhar na vida, você tem que ir, pouco a pouco, eliminando as pessoas. Olha se não é o demônio que tá aí? É o contrário do Evangelho. Por isso, eles gastam tanto dinheiro, por isso tem tanta propaganda, tanta empresa grande patrocinando. É a catequese do inferno pra destruir a família. A imoralidade corre solta! Por acaso eles colocam lá um irmão, uma irmã de verdade? Porque aí ia defender o irmão… Eles colocam lá gente que tenha coragem de se mostrar, gente que tenha coragem de ficar pelado. Gente que tenha coragem de se prostituir e sabendo que está sendo tudo filmado. Gente que não tem pudor. Gente que não tem vergonha na cara. E mostra que a família está apoiando essa pouca vergonha! Porque cada semana, pra eliminatória, a Globo paga uma fortuna pra levar a família de avião, fica em hotel 5 estrelas, os amigos, vão buscar ‘o véio, a véia’, eles vão buscar todo mundo em cadeira de rodas, tudo eles levam pra mostrar que a família está apoiando a pessoa lá dentro. Apoiando o quê, gente? Pra ganhar o quê? Pra ganhar não sei quantos mil reais! (…) Num país feito o nosso, ganhar 500 mil reais!Estão programando um lá na França e outro na Espanha, com duração de um ano. O prêmio vai ser um milhão de euros. Dá mais ou menos 3,7 milhões de reais. Uma loucura! Uma fortuna! Esse vai ser o prêmio. Então, vai ensinando a pessoa, primeiro, que a felicidade é consequência daquilo que eu tenho. Que eu preciso de muito dinheiro pra ser feliz. E, para conseguir muito dinheiro, eu preciso fazer o quê? Eliminar as pessoas. Eu vou dizer uma coisa a você: na nossa Comunidade Bethânia, nós já temos muitos filhos e filhas que foram eliminados pela família. Quantas pessoas você já eliminou da sua vida? Ah, tem um amigo e ele prejudicou você? Elimina! Seu marido não faz você mais feliz? E você nasceu para ser feliz, você tem direito de ser feliz? Você assistiu isso na novela… Tem direito de ser feliz? Elimina o marido. Quantos maridos já eliminaram a esposa? Alguns chegam a eliminar, mandam matar mesmo! Não foi ontem no shopping, aqui? Eliminaram um casal aí. Meteu fogo! Dez metros aí do estacionamento do shopping da cidade. Tá no jornal de hoje, notícia do jornal de Joinville. Elimina! Seu vizinho tá te incomodando? Elimina! Ah, não precisa ir longe, lá no seu grupo de oração tem alguém te incomodando? Elimina! Como você não tem coragem de eliminar ele matando, como você não tem coragem de ir lá no confessionário pra eliminar ele, você mata com sua língua através da fofoca, da mentira, da calúnia… Elimina. Porque a hora que elimina a comunidade… Por isso, o demônio não gosta de comunidade. A comunidade constrói. Gente, o encardido é terrível!

Passados 16 anos desde esta crítica, é interessante o leitor se perguntar se ela continua valendo também hoje.


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